Estima-se que existam hoje no mundo 2,3 milhões de desenvolvedores móveis, o que inclui desde jovens trancados em garagens até empresas de grande porte. Em média, cada um deles trabalha simultaneamente com 2,5 plataformas diferentes, revela a pesquisa "Developer Economics", da Vision Mobile, para a qual foram entrevistados 7 mil desenvolvedores de todos os continentes e que contou com o apoio de mídia do MOBILE TIME. Em comparação com o levantamento anterior, divulgado no terceiro trimestre de 2013, houve uma concentração no número de plataformas: antes a média era de 2,9 plataformas por desenvolvedor.

O Android segue como o líder, sendo usado por 71% dos desenvolvedores – mesma proporção verificada na pesquisa anterior. A tendência é de que cresça ainda mais no mundo: 15% dos desenvolvedores pretendem adotar Android e apenas 2% disseram que vão parar de utilizá-lo. O sistema do Google lidera em todas as regiões, com destaque para o Sul da Ásia, onde alcança penetração de 78% entre desenvolvedores. Sua menor participação, por incrível que pareça, é na América do Norte, com 67%. Na América do Sul, o Android é usado por 71% dos desenvolvedores móveis.

O iOS, por sua vez, teve uma pequena queda de 57% para 55% entre as duas pesquisas, mas a variação está dentro da margem de erro. A plataforma da Apple ocupa a segunda posição na América do Norte, na Europa e no Leste da Ásia, com destaque para a Europa Ocidental, onde alcança sua maior penetração: 61%. Na América do Sul, o iOS é usado por 49% dos desenvolvedores. O viés é de alta no mundo: 16% dos entrevistados pensam em adotar a plataforma e apenas 2% vão abandoná-la.

O terceiro player nesse ecossistema é o HTML5. Mas no seu caso cabe uma ressalva: a plataforma pode ser tanto usada para a construção de sites móveis e web-apps, quanto servir como um complemento para apps nativos híbridos. Ao todo, 52% dos desenvolvedores trabalham com HTML5, o que inclui 15% que disseram usá-la em apps híbridos ou para conversão em apps nativos, através de ferramentas como Phonegap. A penetração é a mesma da pesquisa anterior. Tal como Android e iOS, sua tendência é de alta: 16% pretendem adotá-la e apenas 2% querem deixá-la. Sua maior penetração está na América do Sul, onde ocupa a segunda posição: 64%. O HTML5 também está em segundo lugar no Sul da Ásia, na África e no Oriente Médio.

Windows Phone

A plataforma da Microsoft merece destaque por ter sido aquela cuja adoção mais cresceu entre as duas pesquisas, passando de 21% para 26% de penetração. É também a plataforma com maior intenção de adoção: 20% dos desenvolvedores do mundo pretendem começar a trabalhar com ela e apenas 5% pensam em largá-la. A região onde há maior proporção de desenvolvedores que usam Windows Phone é o Sul da Ásia: 33%. Na América do Sul são 21%.

Java, Blackberry e Bada

As notícias não são boas para Java, Blackberry e Bada. As três plataformas estão em declínio. A Java, que durante a era dos feature phones e do 2G foi a plataforma preferida dos desenvolvedores, agora é usada por apenas 10% deles (na pesquisa anterior eram 13%). E 11% dos que usam Java hoje pretendem abandonar a plataforma, enquanto apenas 4% dos que não usam querem adotá-la.

As antigas versões de Blackberry (5,6 e 7) também estão perdendo espaço: sua penetração caiu de 8% para 5%, enquanto 15% dos que ainda as utilizam disseram que vão parar de fazê-lo. O cenário tampouco é positivo para o recém-lançado Blackberry 10. Sua penetração baixou de 15% para 14% e deve continuar caindo, pois 10% dos seus desenvolvedores já pensam em abandoná-lo.

Por fim, 12% dos desenvolvedores de Bada pensam em parar de usá-la, enquanto apenas 2% pretendem adotá-la. Hoje sua penetração é de 3%.

Prioridades

Como os desenvolvedores trabalham em média com 2,5 plataformas, a Vision Mobile perguntou aos entrevistados qual é a sua plataforma prioritária. O duopólio Android e iOS ficou nítido novamente. Enquanto a plataforma da Apple é a prioridade dos desenvolvedores da América do Norte, da Europa Ocidental e do Japão, o Android lidera como prioridade no Leste Europeu, na maior parte da Ásia, na Austrália, na África do Sul, no Brasil e na Argentina.