O volume de tablets distribuídos ao varejo mundial caiu pelo sétimo trimestre seguido quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Entre abril e junho deste ano foram enviados ao varejo 38,7 milhões de unidades, o que representa uma queda de 12,3% em relação ao mesmo trimestre de 2015. Os dados foram apresentados em relatório da IDC. Os números incluem tanto tablets tradicionais quanto híbridos (laptops com tela destacável).

O auge do mercado de tablets foi o quarto trimestre de 2013, quando 78,6 milhões de unidades foram enviadas ao varejo mundial. Em geral, o quarto trimestre é o mais forte do ano, por conter as vendas de Natal. No quarto trimestre de 2014 foi registrada pela primeira vez uma queda na comparação anual: naquele período foram distribuídos 76,1 milhões de tablets. Desde então, foram sete trimestres seguidos com queda na comparação anual. O volume verificado no segundo trimestre deste ano corresponde a menos da metade daquele atingido no auge desse mercado, três anos atrás.

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A liderança no segmetno de tablets continua nas mãos da Apple, que enviou ao varejo 10 milhões de unidades no segundo trimestre, o que correspondeu a 25,8% de participação. A Samsung vem em segundo lugar, com 15,6%, ou 6 milhões de unidades. Lenovo (6,6%), Huawei (5,6%) e Amazon (4%) completam a lista dos cinco principais fabricantes, com 2,5 milhões, 2,2 milhões e 1,6 milhão de unidades enviadas ao varejo, respectivamente. Enquanto as líderes Apple (-9,2%) e Samsung (-24,5%) registram quedas significativas em seus volumes na comparação com o mesmo período de 2015, merece destaque o crescimento percentual de Huawei (+71%) e Amazon (+1.209%), no mesmo intervalo.

Análise

Há algumas razões para explicar a queda do segmento de tablets. Uma delas é o fato de ter um ciclo de vida mais longo que o de um smartphone. Os consumidores não estão dispostos, ou nao veem necessidade, para trocar de tablet com a mesma frequência com que trocam de smartphone.

Outro motivo é a competição com os smartphones. Conforme as telas dos telefones ficaram maiores e se aproximaram daquela dos tablets, estes perderam atratividade. Muitos consumidores preferem ter um smartphone com tela grande, entre cinco e sete polegadas, em vez de ter um smartphone e um tablet.

O caminho para os tablets é buscar uma segmentação em nichos, como tablets para fins profissionais, como o iPad Pro apresentado pela Apple, ou para o público infantil, como vários modelos lançados no Brasil nos últimos anos.