De acordo com a Abinee, o setor de telecomunicações cresceu 4% em 2024, na comparação com o ano passado, alcançando faturamento de R$ 37,74 bilhões. O destaque ficou para a indústria de telefones celulares, que registrou um aumento de 7%, acumulando R$ 33 bilhões. E mesmo com o mercado cinza ainda bastante representativo (com 20% do total de vendas), o mercado oficial de handsets somou 34 milhões de unidades, crescimento de 2% em relação ao ano passado.
No caso do setor de infraestrutura, o mercado de telecomunicações registrou queda de 4%.
Para 2025, a Abinee espera que a receita se estabilize. De acordo com Wilson Cardoso, diretor de telecomunicações da associação, a continuidade dos investimentos das operadoras por conta da expansão do 5G no País e o próximo leilão da frequência de 700 MHz vão impulsionar o segmento de redes que estava em retração.
A indústria eletroeletrônica
No mercado de tablets, houve o surpreendente aumento de 32% ano contra ano, chegando a 2,85 milhões de unidades, depois de duas quedas seguidas (2022 e 2023). As pessoas procuraram por tablets com telas maiores. Além do incremento de vendas ao consumidor final, houve aumento da compra do dispositivo por escolas.
Ao todo, a indústria eletroeletrônica somou, em 2024, R$ 226,7 bilhões de faturamento, crescimento de 11% em relação ao ano passado. Vale dizer que em 2023 houve recuo de 6%.
A estimativa para o próximo ano é de um crescimento de 6% da indústria eletroeletrônica.
Abinee e data centers
Durante a coletiva de divulgação dos resultados da indústria eletroeletrônica nesta quinta-feira,12, a Abinee disse estar de olho na criação de data centers no Brasil e em diálogo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Humberto Barbato, presidente executivo da associação, disse que a entidade está mostrando ao governo a importância da instalação da infraestrutura no País.
“Semana passada conversamos sobre o tema (com o governo). Estamos tratando de mostrar a possibilidade de instalação de data centers no Brasil. Temos tecnologia e temos os grandes fabricantes no País que ainda não fizeram determinados servidores porque não havia demanda local, mas que estão preparados para atender. Precisamos trabalhar para que o Brasil se torne efetivamente um grande local para a instalação de data centers. O que não falta é energia limpa”, explicou Barbato.
O presidente executivo disse também que o Brasil deveria explorar ainda mais o fato de ter energia elétrica limpa para atrair novos investidores, mas também facilitar a entrada de produtos brasileiros em outros países.
“O mundo está virando muito protecionista, temos que usar este fator, que é extremamente positivo, para que isso seja um incentivo para que o produto brasileiro seja menos taxado em outras regiões”, disse.
Também com relação aos data centers, a Abinee espera que se tenha, a partir de 2025, um aumento de produção de fibra ótica, já que os grandes servidores demandam esse tipo de conectividade.