O evento “GenAI Summit 2025 – O agora define o seu futuro!”, promovido pela Deloitte, foi, acima de tudo, um baita termômetro do que está (ou deveria estar) na pauta de toda empresa que quer se manter relevante: inteligência artificial, sim, mas principalmente pessoas, processos e propósito.
Não foi só mais um evento sobre tecnologia. Foi um chamado à responsabilidade. E foi isso que me pegou de verdade. Muita gente acha que falar de IA é falar só de algoritmo, GPU, cloud e modelos generativos. Mas o que mais se ouviu por lá foi “transformação”, no seu sentido mais completo e desconfortável.
Porque, sejamos francos: a tecnologia já existe. Falta coragem para reorganizar o jeito como a gente trabalha, pensa, lidera e executa.
Uma das provocações mais fortes que ouvi no evento foi: “Tecnologia não falta. Falta orquestração.” E isso diz muito sobre o momento que estamos vivendo. A IA pode até ser brilhante em automatizar, prever, recomendar. Mas se ela entra num processo desorganizado, ela vira um amplificador do caos.
Na prática, se você automatiza uma área sem pensar no todo, corre o risco de fortalecer silos. Melhora um pedaço e trava outro. Ganha performance num canto e cria gargalo no restante. É o típico “ganha mal e perde feio”.
Em um dos painéis que participei, ao lado de gigantes como Palo Alto (cibersegurança), AWS (cloud e AI) e Make One (integração), trouxe uma provocação que considero essencial: a inteligência artificial só gera valor real quando é ativada por processos inteligentes e por pessoas preparadas. Caso contrário, ela não passa de um hype bem embalado, mais um slide bonito na apresentação da liderança, mas vazio de impacto prático.
E por falar em liderança, onde ela entra nisso tudo?
Essa pergunta apareceu mais de uma vez ao longo do evento. O papel dos C-Levels hoje é mais desafiador do que nunca: eles não têm só que aprovar budgets ou escolher tecnologias. Eles precisam orquestrar mudanças profundas, lidar com a incerteza, capacitar times, garantir segurança e ainda traduzir tudo isso em valor real para o negócio.
É aí que entra uma discussão que me conectou muito com o que vivemos recentemente no Vale do Silício: não dá pra falar de transformação digital sem transformar a mentalidade da liderança.
Transformar tecnologia é fácil, difícil é transformar cultura. É fazer a galera parar de pensar em departamento e começar a pensar em processo. É sair da lógica do controle para entrar na lógica da colaboração.
Resultado real ou só mais um hype?
Outro ponto que pegou forte foi a ideia de que IA não pode ser um fim em si. Precisa ser um meio para resolver dores reais. E isso foi dito por muita gente ali. O valor não está em quantos modelos você roda, mas no quanto você consegue entregar de verdade para quem importa: seu cliente, seu time, seu negócio.
E é aí que, honestamente, me bate um orgulho: a gente está nesse jogo. Representando o Brasil em um evento com players globais. Não como coadjuvante, mas como um representante de peso na entrega de soluções reais e em segmentos exigentes como o de saúde, por exemplo.
Estamos sendo reconhecidos pela nossa agilidade, nossa capacidade de testar, adaptar e entregar rápido. E mais do que isso: de co-criar, de sentar junto, pensar junto, errar junto e evoluir junto. Isso, pra mim, é inovação de verdade.
No fim das contas, o recado que fica é simples e direto: IA sozinha não faz verão.
Sem pessoas, sem processos e sem liderança, ela não passa de um código bonito. Mas quando tudo isso se alinha? Aí sim a mágica acontece.