O Santander (AndroidiOS)  vai colocar em seu app para empresas uma área para que microempreendedores (MEIs) possam ofertar aos seus clientes pagamentos recorrentes via Pix Automático. De acordo com Ailton Aparecido da Silva, head de produtos de pagamento PJ do banco, o intuito é facilitar o acesso desses empresários à nova funcionalidade do Pix.

“O MEI vai poder acessar o app do Santander e iniciar uma cobrança. O correntista (PJ) vai ter um ambiente chamado ‘Minhas Cobranças’ e poderá saber quem autorizou (deu o consentimento), quem não autorizou, quem pagou e quem está pendente”, detalhou Silva, ao afirmar que essa funcionalidade estará disponível igualmente no internet banking.

A adesão ao Pix Automático para empresas pode ser feita via API do PIX, arquivo padronizado ou Open Finance com APIs dos iniciadores de pagamentos (ITPs). Ou seja, companhias de todos os tamanhos devem definir entre uma instituição financeira ou ITP que esteja plugado no Pix para aceitar o novo meio de pagamento recorrente, que será lançado no dia 16 de junho.

No Santander, a ideia é facilitar a inclusão de empresas que não têm equipamentos de tecnologia para usar as APIs ou arquivo padronizado, ao liberar o acesso via seus canais digitais.

Segundo Renato Gomes, diretor de organização do Sistema Financeiro e de resolução do Banco Central, o Pix Automático é uma alternativa mais barata para empresas (ante o cartão de crédito) e reduz a inadimplência a partir das informações sobre quem paga.

Pix Automático e o poder dos MEIs

Durante evento organizado pelo Banco Central e pela Zetta em São Paulo nesta quarta-feira, 4, Giovanni Beviláqua, coordenador de acesso a crédito e investimentos do Sebrae, o Pix Automático permitirá o acesso dos empreendedores a novos públicos (60 milhões que não dispõem de cartão de crédito para pagamentos recorrentes).

O diretor de regulação do BC, Gilneu Vivan, afirmou que o Pix Automático gerará mais informação financeira sobre uma pessoa ou empresa, o que pode melhorar seu score de crédito. Em sua visão, os dados vão permitir aos bancos oferecerem linhas de crédito melhores aos clientes.

Beviláqua lembrou ainda que 95% dos CNPJs do Brasil hoje são de pequenos negócios, o equivalente a 24 milhões de empresas, que respondem por 80% das operações do mercado de crédito. Neste público, 94% usam Pix e 77% dizem que o Pix é seu principal meio de pagamento.

Pix Automático e Open Finance

Vivan, do BC, reforçou que a relação do Open Finance com o Pix é o grande diferencial do Pix Automático, pois o sistema financeiro aberto agrega funcionalidades para empresas, como a possibilidade de controlar a gestão financeira e os recebimentos em um único banco ou contratar no lugar um iniciador de pagamento para que faça o contato com o cliente e a emissão de Pix Automático, sem a necessidade de pedir novamente o opt-in dos seus consumidores.

Marcelo Martins, CEO da Iniciador, plataforma de iniciação de pagamentos, lembrou que para o consumidor a jornada é única e fluída. Martins, que também é diretor de meios de pagamentos na Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), disse que 13 ITPs fazem parte dos testes do Pix Automático junto aos bancos no BC e estarão prontos para estrearem em 16 de junho.

Martins acredita ainda que novos modelos de negócios podem surgir combinando Pix Automático e Open Finance no futuro. Deu como exemplo a possibilidade de alguma fintech lançar um serviço de antecipação de recebíveis via Pix Automático.

Imagem principal: Painel sobre recebimento do Pix Automático em evento do BC e Zetta (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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