A vice-líder do conselho de administração da Abrint, Cristiane Sanches, defendeu alterações regulatórias no Brasil, para a ampliar as possibilidades de redes privativas com licença de  SLP (Serviço Limitado Privado): “Embora seja um dos grandes cases de redes privativas do mundo, o Brasil tem limitações do ponto de vista regulatório”, disse durante o MPN Fórum, evento organizado por Mobile Time em São Paulo, nesta quinta-feira, 26.

A especialista da associação que representa os provedores de Internet (ISPs) explicou que a outorga não permite interconexão com a rede pública e o uso secundário do espectro não traz a segurança jurídica necessária para gerar maiores investimentos. Mas acredita que é possível aprimorar a sua regulamentação para fomentar a inovação e trazer mais segurança na ponta.

“A forma como o SLP está na regulamentação é uma antiquada. Ela não ajuda, ela limita”, afirmou Sanches. “Pensando em redes privativas, (o ideal seria) algum tipo de abertura, algum tipo de compartilhamento, de dinamismo, de flexibilidade”, completou.

Contudo, a opção não foi muito bem aceita pelos representantes das grandes operadoras, uma vez que essas investiram pesado para adquirir frequências para o 5G.

SLP na visão das operadoras

A TIM, por exemplo, por meio de Paulo Humberto Gouvea, diretor de soluções corporativas da empresa, reforçou o papel colaborativo das operadoras ao citar o caso da rede privativa do Porto de Santos. “Operamos em outsourcing com eles, uma rede privativa 3,5 GHz em caráter primário durante todo o tempo de concessão que nós pagamos bilhões para ter por 20 anos”, disse Gouvea.

Por sua vez, Alexandre Gomes, diretor de marketing B2B da Claro Empresas, lembrou que não é apenas frequência arrematada em leilão que faz parte do investimento, mas também a infraestrutura e o cronograma de implementações que culmina em sistemas e aplicações que monetizam as operadoras.

“O grande modelo de negócios e o grande caso de uso do 5G é a rede privativa. O segundo grande caso de uso do 5G chama-se FWA. E o terceiro é o Open Gateway”, disse Gomes, ao afirmar que este pode ser uma alternativa de acesso às tecnologias. “É a exposição das funções da rede para desenvolver aplicações. Tem que remunerar por isso, é claro, mas é um movimento aberto, não só das operadoras, mas de um organismo, a GSMA”, completou.

Um quarto caso de uso citado por Sanches, da Abrint, é o ATSSS, da WBA, que permite complementar o 5G privativo com o Wi-Fi.

 

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