|Mobile Time Latinoamérica| A Superintendência de Sociedades, entidade do governo da Colômbia responsável por conduzir processos de insolvência, confirmou na última quinta-feira, 17, o acordo de reorganização da Partners Telecom Colombia S.A.S., conhecida comercialmente como WOM, o que representa a continuidade operacional da empresa no país.
A decisão ocorre no âmbito da Lei 1.116 de 2006 e foi respaldada por 85,92% dos credores com direito a voto. O acordo prevê a reorganização de passivos no valor de 3,22 trilhões de pesos colombianos, com um prazo de execução de até 10 anos, e até 18 anos para as obrigações com o Ministério das Tecnologias da Informação e das Comunicações (MinTIC).
A WOM, que oferece serviços de telecomunicações em todo o território nacional e conta com mais de 6 milhões de usuários, registrava ativos de 4,37 trilhões de pesos colombianos e passivos de 5,92 trilhões de pesos colombianos ao final de 2024. Atualmente, a empresa emprega diretamente 1.982 pessoas e trabalha com uma rede de fornecedores composta majoritariamente por micro e pequenas empresas.
O Superintendente de Sociedades, Billy Escobar, celebrou o acordo como um exemplo do papel estratégico do regime de insolvência: “Com esta decisão, evita-se a saída de um concorrente relevante do mercado de telecomunicações, protegendo a livre concorrência e garantindo um serviço essencial para milhões de colombianos.”
Investimento condicionado ao ambiente regulatório
Após a aprovação do acordo, os investidores da WOM, o grupo SUR Holdings, anunciaram que planejam injetar pelo menos US$ 100 milhões em novos recursos para revitalizar a operação. Afirmaram que nos últimos meses já investiram US$ 40 milhões para manter as atividades da companhia.
No entanto, foram enfáticos ao afirmar que a permanência da WOM no mercado colombiano não está garantida caso não sejam implementadas medidas regulatórias que assegurem condições de concorrência justas.
Entre os pedidos apresentados pela empresa ao governo colombiano está o acesso ao roaming nacional em condições reguladas, permitindo-lhes, uma vez concretizada a fusão entre Tigo e Movistar, utilizar a rede combinada com preços justos, cobertura suficiente e capacidade adequada, enquanto continuam implantando sua própria infraestrutura.
Além disso, a WOM solicitou que se evite a migração automática de seus usuários para outras companhias após a fusão e que se proteja o direito à portabilidade numérica sem penalidades, inclusive nos casos de serviços combinados.
Com a reorganização aprovada e o respaldo condicionado de seus investidores, o futuro da WOM na Colômbia agora dependerá do ambiente regulatório e das decisões que as autoridades adotarem para preservar um mercado competitivo; caso contrário, os investidores foram claros ao afirmar que liquidarão a empresa se não houver as condições necessárias.