O governo dos Estados Unidos apresentou nesta quarta-feira, 23, seu plano de ação para a inteligência artificial: “Vencendo a corrida da IA: o plano de ação da IA da América”.

Em suas 28 páginas, o plano inclui 90 propostas de políticas públicas que, segundo o governo, ampliarão o acesso a ferramentas de inteligência artificial nos Estados Unidos e por aliados ao redor do mundo. Também prevê a promoção da construção de novos data centers no país. O plano eliminará regulações federais que “atrapalham o desenvolvimento da IA”, embora não esteja claro quais normas serão afetadas.

“Precisamos estabelecer a IA americana — desde nossos semicondutores avançados até nossos modelos e aplicações — como o padrão ouro da inteligência artificial no mundo, e garantir que nossos aliados estejam se baseando em tecnologia dos Estados Unidos”, continua o documento.

Entre as determinações, o documento assinala que os trabalhadores norte-americanos são a parte central da política de inteligência artificial da administração Trump. “O governo garantirá que os trabalhadores do país e suas famílias se beneficiem das oportunidades criadas por esta revolução tecnológica.” A proposta é que a IA melhore a vida de todos.

Outro ponto é que os sistemas de inteligência artificial devem estar “livres de viés ideológico” e devem ser projetados para “buscar a verdade objetiva, e não promover agendas de engenharia social, quando os usuários buscarem informações ou análises factuais”. As ferramentas de IA devem ser “confiáveis”.

Os autores também ressaltam a importância de que as tecnologias não podem ser mal utilizadas ou roubadas por agentes mal-intencionados.

O plano envolve a remoção do que autoridades do governo descreveram como “burocracia excessiva” para o desenvolvimento da IA e é baseado em recomendações do setor privado, bem como da academia e de grupos da sociedade civil, disseram funcionários da Casa Branca.

Data centers

Um dos focos centrais do novo plano é a construção de novos data centers para a inteligência artificial em meio à rápida expansão do setor. O governo afirma que vai agilizar a emissão de licenças para o desenvolvimento desses centros e para as usinas de energia que os abastecem.

O plano ignora as preocupações ambientais que têm sido uma das principais críticas à indústria de inteligência artificial. “A IA desafia os Estados Unidos a ampliar enormemente sua capacidade de geração de energia em relação ao que temos hoje”, afirma o documento.

“Precisamos construir e manter uma vasta infraestrutura de IA e a energia necessária para sustentá-la. Para isso, continuaremos rejeitando o dogma climático radical e a burocracia excessiva, como esta Administração tem feito desde o primeiro dia de governo. Em resumo, precisamos ‘Construir, Baby, Construir!’”, escreveram na introdução do documento os autores Michael J. Kratsios, assistente do presidente para Ciência e tecnologia, David O. Sacks, conselheiro especial para inteligência artificial e cripto, e Marco A. Rubio, assistente do presidente para assuntos de segurança nacional.

Espalhando a palavra da IA norte-americana

O governo pretende também firmar parcerias com empresas de tecnologia dos Estados Unidos para disponibilizar aos países aliados pacotes completos de exportação de inteligência artificial — modelos, hardware e software — numa tentativa de tornar a tecnologia norte-americana o padrão global. É um apelo que líderes do Vale do Silício já vêm fazendo, com o objetivo de garantir que os Estados Unidos mantenham a liderança em inteligência artificial.

Ordem Executiva anterior

Em 2023, o antecessor de Trump, Joe Biden, assinou uma ordem executiva que estabelecia padrões de segurança e confiabilidade para o uso da IA no governo federal — ordem esta que Trump revogou logo no primeiro dia de seu novo mandato, em janeiro.

Dias depois, Trump assinou uma nova ordem executiva exigindo o avanço acelerado da IA, a eliminação de viés ideológico e a criação do atual plano de ação em inteligência artificial, que foi submetido a consulta pública.

 

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