Até o fim do ano, a Brisanet deverá contabilizar 2 mil torres próprias voltadas para o 5G na região nordeste. Em videoconferência voltada para especialistas do mercado nesta quarta-feira, 13, Roberto Nogueira, CEO da operadora, informou que a implantação acontece de forma “verticalizada” em toda a sua jornada, começando pelo projeto, licenciamento, passando por instalação, testes e ativações. De acordo com o executivo, o modelo não é comum no mercado, mas vai deixar a operação “madura” até o fim deste ano.

A banda móvel da Brisanet faturou R$ 33,7 milhões no segundo trimestre, encerrando junho com 562 mil usuários. Desses, 110 mil chips foram vendidos entre abril e junho, de acordo com o relatório dos resultados financeiros. Em julho, o incremento foi de 43 mil pessoas, totalizando 605 mil usuários ao serviço móvel.

Atualmente, a rede 4G e 5G da empresa está presente em 282 cidades no Nordeste e cobre uma população estimada em quase 14 milhões de habitantes, sendo que 12 milhões moram em áreas liberadas para a venda.

Cerca de 8% da base móvel da Brisanet possui smartphones 5G. A maioria ainda tem dispositivos LTE. “Mas mesmo no 4G a experiência da banda móvel é melhor se comparada com a das operadoras (incumbentes) que estão sobrecarregadas”, afirma Roberto Nogueira, CEO da Brisanet.

Fatura única e manutenção preditiva das redes

Ainda em relação à operação móvel, Nogueira frisou que a tendência é de crescimento mês a mês. “No segundo trimestre, tivemos o impacto do fim da promoção. Mas temos uma forma de abordagem e mais vendedores estão sendo acionados. A tendência ainda é de crescimento”, explicou.

Vale lembrar que, até o fim de junho, a empresa apresentava duas faturas para seus clientes que tinham banda larga fixa e móvel. Somente em 1 de julho a operadora passou a enviar uma fatura unificada. O movimento deverá aumentar a fidelidade, reduzir churn, em especial entre clientes do pré-pago.

Com isso, o executivo estima que o tíquete médio (de R$ 80 da banda fixa) vai se manter. “Não vamos baixar o preço”, garantiu. Nogueira aposta no combo com a rede fixa para essa manutenção. “Melhoramos a nossa abordagem com o cliente (sobretudo a partir do envio de uma única fatura), principalmente na venda nova. A mudança (da fatura) mexe em todas as áreas e vai garantir a retomada da banda fixa e o móvel vai seguir uma nova rampa de crescimento”, afirmou. “Fizemos certo, saímos da promoção, mas seguimos no crescimento”, complementou.

O melhor relacionamento com o cliente – por meio de “recursos tecnológicos” para acompanhar a rede de perto, “na casa do cliente” para manutenções preditivas, antecipando os problemas – também influenciou na redução de ligações para o call center entre 40% e 50%. “Quando o número de ligações diminui, atendemos o próximo com qualidade. E essa redução será ainda maior”. A empresa estima que a redução será de mais 20% nos próximos meses. “Melhoramos muito esse monitoramento com o cliente individualmente. A qualidade do serviço da Brisanet melhorou bastante e outros recursos serão implementados”, explicou.

Mas o maior desafio da empresa ainda é ser reconhecida como uma fornecedora de serviços móveis. Muitas pessoas ainda perguntam de quem é o chip vendido pela Brisanet. “Na nossa abordagem, 85% das pessoas abordadas estão no pré-pago. (As pessoas que usam) o pré-pago têm uma certa dificuldade e resistência em fazer pagamentos mensais. Aculturar o cliente a pagar frequentemente é um desafio muito grande”, contou.

Expansão da rede móvel da Brisanet

De acordo com Nogueira, a Brisanet deverá expandir sua rede móvel para mais 120 cidades no centro-oeste a partir do ano que vem e ao longo de quatro anos. A proposta é expandir por meio de parcerias regionais.

E, entre as capitais da região nordeste, Maceió deverá ser a próxima a receber a rede de quinta geração da operadora.

A Brisanet também tem interesse em participar do leilão de 700 MHz. De acordo com a avaliação da operadora, os valores estão mais adequados se comparado com o certame de 2021 feito pela Anatel.

Resultados gerais

A receita operacional da Brisanet chegou a R$ 410 milhões no segundo trimestre de 2025, um incremento de 18% na comparação com o mesmo período do ano passado. A operadora reportou 1,51 milhão de clientes, aumento de 11,5% ano contra ano. Do total, 37 mil são FWA.

O lucro líquido da operadora ficou em R$ 6,2 milhões no segundo trimestre, queda de 65,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a Brisanet, a queda ocorreu por conta dos efeitos da alta de juros.

A operadora registrou resultado financeiro negativo de R$ 46,9 milhões no período, praticamente dobrando o resultado também negativo do segundo trimestre de 2024.

As despesas operacionais da companhia fecharam o período em R$ 119,4 milhões, um aumento de 27,7% ano contra ano.

Endividamento

Em junho, a dívida líquida da operadora encerrou o mês em R$ 1,66 bilhão ante o endividamento de R$ 1,43 bilhão do primeiro trimestre deste ano. De acordo com Nogueira, a dívida acontece por conta dos investimentos na rede 5G.

“De 2022 até aqui, investimos R$ 1,5 bilhão em 5G. 61% dos investimentos foram no 5G. Aumentou o endividamento, mas não é tendência de subida, vemos como o pico”, afirma Luciana Ferreira, diretora de RI da Brisanet. “E pensamos em investimentos nos nossos compromissos e nas oportunidades que temos, mas sempre mantendo um balanço saudável, com nível de endividamento confortável”, explicou.

“A Brisanet estaria sem dúvida e com caixa bem expressivo se não fossem os investimentos no 5G. Mas sabíamos que o 5G iria comprometer um certo tempo a operação, mas enxergamos que sem o 5G não teríamos um negócio sólido”, complementou Nogueira.

 

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