O DiversiGames, hub de inovação e projeto social que fomenta a diversidade e a inclusão no ecossistema de jogos eletrônicos, ganhou oficialmente uma unidade em São Paulo nesta quinta-feira, 2, como parte da expansão de suas atividades o que envolve ainda a criação de um estúdio de jogos e o lançamento de seu primeiro game mobile programado para 2026.
Com exclusividade ao Mobile Time, a cofundadora do projeto, Mariana Uchôa, revelou que estão criando um estúdio de desenvolvimento de jogos. Esse estúdio será remoto com apoio via polos que a ONG tem em São Paulo e Rio de Janeiro. Esse projeto é um braço da parceria que o hub de inovação tem com a Caixa e mira criar jogos de educação financeira e ambiental ao longo dos dois anos de contrato com a estatal.
A representante explicou que o primeiro jogo será mobile e deve ser lançado no começo de 2026. Também existe a possibilidade de criar mapas para jogos, como Fortnite e Roblox (Android, iOS). Planejam angariar capital com fundos, como o Indie Fund Games do Google, e criar jogos para PC e consoles.
Aulas de games?
Passando a se chamar DiversiGames Brasil com a chegada em São Paulo, o espaço contará com aulas presenciais para 150 pessoas. Nelas, os alunos (crianças e adolescentes) aprendem sobre letramento digital por meio de três trilhas, jogos do cenário competitivo de eSports, desenvolvimento de jogos (design, roteiros, programação) e tudo isso apoiado com aulas de inglês. Os alunos possuem ainda reforço escolar.
Especificamente em mobile, as aulas são focadas em aprendizado de eSports, com jogos como Free Fire (Android, iOS) e Pokémon Go (Android e iOS) , assim como na parte de desenvolvimento de jogos: “Nós ensinamos os nossos alunos e alunas a programarem para mobile”, reforçou Uchôa.
Essa é a mesma trilha oferecida nas outras duas unidades do projeto no Rio de Janeiro, sendo que cada ciclo dura 10 meses com atividades de três horas, duas vezes por semana, sempre após a escola. A novidade é a inserção de aulas online de educação financeira e ambiental via web para estudantes e seus pais. No online, a expectativa é conseguir 1 mil alunos.
O local conta com duas salas de aula, uma sala de transmissão de jogos que também faz parte das atividades e uma sala de informática com 15 computadores gamers de alta performance.
Ricardo Chantilly, o outro fundador da ONG, reforçou que o projeto já trouxe frutos, como os atletas Renan “nooobzim” Macedo, que traz a jornada de jogadores de eSports PCDs com o time Fúria e Maluzzita, campeã mundial do jogo Skater XL.
Suporte
Feito com apoio da Caixa, o hub de inovação é a extensão de duas unidades que a ONG possui em Niterói e no Rio de Janeiro. O local também tem apoio de TikTok na comunicação. Fury que colaborou com os PCs Gamers usados nas atividades, Enel ajuda a reduzir o consumo de energia elétrica, e Dt3 trouxe o mobiliário gamer.
O apresentador Tatola, da 89 FM e do programa Perrengue na Band, também estava presente na inauguração e colocou à disposição a rádio e seu programa de TV para comunicar o projeto na cidade de São Paulo.
Por meio do fundo socioambiental da estatal, a DiversiGames obteve R$ 5 milhões para criar a unidade e receber aulas por dois anos no local, que fica na região central de São Paulo, próximo à Favela do Moinho. Apesar de ser investimento a fundo perdido, sem expectativa de retorno econômico, a iniciativa precisa entregar índices de sustentabilidade e responsabilidade social.
O vice-presidente de sustentabilidade e cidadania digital da Caixa, Paulo Rodrigo Lemos, explicou que o investimento tem uma função social importante para o país e a sociedade. Ao todo, o fundo da companhia já investiu mais de R$ 400 milhões em 200 projetos de cunho social ou ambiental.
Por ser um projeto voltado à diversidade e inclusão, além de prover educação e práticas sustentáveis, a ONG atua em regiões de comunidade que precisam de apoio como a Favela do Parque Arará em Benfica no Rio de Janeiro e próximo ao Morro do Caramujo em Niterói.
A DiversiGames busca ainda chegar a outros estados, mas apesar do forte apoio que recebeu da Caixa para o lançamento em São Paulo, a iniciativa precisa de mais investidores para alcançar outras regiões do país.
Imagem principal: Mariana Uchôa, cofundadora do DiversiGames (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)