O escândalo das bebidas alcóolicas misturadas com etanol trouxe à tona a necessidade de se combater falsificações. Uma nova tecnologia de origem francesa está sendo trazida para o país pela brasileira SecureTrace com a promessa de resolver o problema. Trata-se de um selo chamado ID Secure, cuja leitura é feita pela câmera de qualquer smartphone conectado à Internet.
O selo é um autoadesivo redondo com uma borda laranja, contendo um hexágono e outros elementos gráficos no centro. A composição varia a cada impressão, tornando cada selo único. A impressão combina diferentes técnicas e é feita na França, na gráfica da Cypheme, empresa que desenvolveu a tecnologia, usando uma máquina proprietária especial. O laranja utilizado não consta no sistema Pantone de classificação de cores. A etiqueta deve ser colada no lacre de bebidas ou quaisquer outros produtos que se queira proteger contra falsificação. Ela possui nanocortes e se destrói quando removida.

Exemplo de etiqueta com o selo ID Secure (Crédito: divulgação)
“É como se cada selo fosse uma pintura de óleo sobre tela. Nem mesmo a Cypheme consegue replicar”, afirma o CEO da SecureTrace, Mario Nicoli Filho, em conversa com Mobile Time.
Os selos são importados da França e só são ativados depois de colados no lacre do produto final, no Brasil. Cada etiqueta traz a marca do fabricante do produto protegido, um QR code e o selo de identificação. A leitura do QR code leva para um site do fabricante do produto, no qual se escaneia o selo redondo para validar sua autenticidade usando a câmera do smartphone (veja um passo a passo nas imagens no fim da matéria).
Vale destacar que cada leitura gera também a informação da localização de onde ela ocorreu. Isso serve de proteção contra roubo ou furto dos produtos ou dos selos.
Além de bebidas, Nicoli Filho enxerga potencial para essa tecnologia de autenticação ser usada em outros produtos que estejam sofrendo com falsificação, como medicamentos, suplementos alimentares e até azeites de oliva.
Experiência por trás do ID Secure
A SecureTrace tem o direito de explorar a tecnologia do selo da Cypheme com exclusividade no Brasil. Nicoli Filho já participou de vários outros projetos de autenticação de produtos, incluindo a implementação de hologramas no passaporte brasileiro, em cédulas de Real e nos isqueiros BIC.
“A SecureTrace é uma curadoria de tecnologia. Não tenho produto de prateleira. Para cada caso procuramos uma solução personalizada para o cliente”, explica. “A autenticação de produtos é um trabalho muito especial. Pouca gente faz isso no mundo. Você tem que ter expertise para saber o que procura. Avaliamos diferentes tecnologias no mundo em ótica avançada, nanotecnologia, tintas, pigmentos variáveis, terras raras, RFID, NFC etc. Passei os últimos 20 anos viajando e aprendendo sobre isso”, afirma.



