A Watch (Android, iOS) está entrando no segmento de audiobooks por meio de sua unidade de negócios de áudio, a Awdio (Android, iOS). Focado inicialmente em provedores de Internet (ISPs), a oferta terá livros infantis e clássicos em domínio público com produção feita pela empresa.
Em conversa recente com Mobile Time, Maurício Almeida, fundador e presidente da companhia, afirmou que o primeiro livro infantil deve entrar nesta semana na plataforma com narração feita pelo próprio autor.
Este formato entrará em uma nova categoria de áudio, a Universe Kids. O executivo detalhou que a ideia deste serviço é ajudar crianças a terem consciência social sobre tempo de tela, uma vez que o celular funcionará como um reprodutor de áudio, similar aos discos de vinil e CD com histórias infantis. Ainda permitirá separar as trilhas de áudio, o que possibilita aos pais e responsáveis contarem a história do ponto de vista de uma personagem.
Além do conteúdo infantil, Almeida projeta lançar no segundo trimestre de 2026 um serviço de áudio musical com um “portfólio grande” para disputar com as principais plataformas do mercado e ampliar as ofertas além dos provedores de Internet.
Com mais de 300 mil arquivos de áudio distribuídos pela plataforma, a Awdio foi lançada inicialmente como um agregador de rádios, mas evoluiu para trazer mídia programática, o que permitiu construir uma nova forma de receita para dentro das rádios brasileiras e transformar programas de rádio em podcasts com a tecnologia Stream Cut. Ao mesmo tempo, os ISPs podem incrementar as suas ofertas para os seus consumidores com áudio.
Watch em 2026
Atualmente com seus produtos de áudio e vídeo presentes em 3 milhões de lares brasileiros e em 4,5 mil cidades, a Watch termina o ano com 2,4 mil ISPs em sua base e um crescimento de 50% em sua receita na comparação com 2024, ritmo que a empresa pretende manter para 2026.
Para isso, a companhia aposta em estreitar o relacionamento com os pequenos provedores e a gestão de audiência com melhoria na qualidade do serviço, algo que deve ser feito a partir do uso de redes de entrega de conteúdo na ponta (Edge CDNs), em especial para canais lineares, em um preparativo para o próximo ano, que terá Copa do Mundo de futebol masculino e eleições majoritárias.
A Watch criou uma divisão especial com funcionários dos times de tecnologia e comercial para explorar oportunidades no principal torneio de futebol do mundo, uma vez que tem contratos com Globo e SBT que transmitirão os jogos.
Conteúdo e consumo
Almeida afirmou que estão sempre em busca de mais conteúdo. Adicionou recentemente um canal linear de animes, três canais Fast da Lionsgate, Sony One e Universal Plus – isso em um portfólio que tem grandes marcas como HBO, Disney e todos os canais lineares.
Atualmente, os conteúdos mais consumidos em vídeo são de esportes, seguido por canais lineares, séries de TV e filmes. TVs e sticks representam 40% do consumo na plataforma, mobile representa 30% web e PCs, os outros 30%. Até 12 anos de idade, o tablet é a principal forma de acesso à Watch; mobile e PC dominam entre 15 e 25 anos, e aqueles acima de 40 preferem TV.
Se considerar apenas a Awdio, o mobile domina o consumo.
B2C e internacional
Atuando mais na frente de B2B como white label de ISP, inclusive de grandes provedores como a Alares Play, o fundador da Watch revelou que algumas operadoras estão preferindo oferecer aos seus consumidores a Watch no lugar de um app com sua marca. É o caso da Desktop, por exemplo.
Com isso, a Watch deve preparar uma pesquisa para compreender mais o seu público e o seu potencial no B2C em 2026: “Somos a menor entre as plataformas de streaming. E isso (avançar no B2C) custa dinheiro. Mesmo assim, nós temos sido cada vez mais vistos como uma marca que entrega bastante conteúdo”, disse.
A empresa também está em fase de expansão internacional em duas frentes:
- Distribuição de conteúdo e tecnologia para o mercado latino-americano, similar ao modelo do Brasil;
- E a oferta de tecnologia na Europa com produtos white label, algo que está avançando em conversas com ligas de esportes.
Ambas estão em conversas avançadas.
Imagem principal: Maurício Almeida, presidente da Watch/divulgação
