Todos se perguntam para onde vai a tecnologia, qual será a próxima grande ideia que mudará nossas vidas assim como a Internet, os smartphones e tantos outros avanços fizeram. O esperado próximo passo, no entanto, já está sendo dado e nós convivemos com ele naturalmente: a voz da tecnologia.

A voz é o que personifica a inovação. O Google, a Apple e outros grandes players desse mercado já nos conhecem melhor do que muitos amigos próximos. Por meio do big data e da inteligência artificial, essas empresas sabem da nossa rotina, por qual estilo de filme e música nos interessamos e, com certeza, sabem o que fizemos no verão passado — e têm fotos para comprovar.

A personificação da tecnologia se torna completa quando ela usa o conhecimento que abriga para nos dar sugestões ou conversarem conosco. A Siri, assistente eletrônica do iPhone, já faz isso. Além de dar respostas para as dúvidas que os usuários questionam, ela ainda funciona como meio de entretenimento. A ideia das grandes empresas é que isso se torne cada vez mais rotineiro e que a voz seja atrelada a tecnologias como smarthomes, IoT, carros inteligentes e tantos outros dispositivos. Neste sentido, as inovações caminham para um cenário, em um futuro não tão distante, onde, ao chegar em casa, possamos dar comandos em tom de conversa para nossos dispositivos — algo como “teremos um jantar especial essa noite”, para fazer com que o assistente pessoal pergunte qual a temperatura ideal e regule o ar condicionado, acione o rádio e o micro-ondas.

Tecnologicamente, não existem mais muitos desafios para adicionar voz aos aplicativos e soluções. A maior dificuldade hoje está em condicionar os comandos a apenas uma voz e a emprestar à tecnologia a subjetividade humana. Nem todas as perguntas e comandos têm uma resposta objetiva, e muitas outras levam a mais perguntas que o dispositivo teria que nos fazer para suprir nossa demanda. Ajustar as interações das máquinas com os humanos e os limites disso é o desafio que permeia o novo ciclo tecnológico.

Socialmente, a voz da tecnologia será mais uma revolução de comportamento que iremos passar, buscando cada vez mais apoio em dados construídos a partir de um padrão. Como toda novidade, a avanço tecnológico gera apreensão, mas só cabe a nós decidirmos se usaremos isso de forma positiva, ou não.