A associação internacional de telefonia GSMA divulgou um estudo, nesta quarta-feira, 3, sobre o uso da faixa de 6 GHz, que está no centro de uma disputa entre empresas de rede móvel, de olho na internet de sexta geração, o 6G, e as empresas que querem a faixa para o serviço de Wi-Fi. Divulgado no Painel Telebrasil 2025, a pesquisa apurou o tráfego em 11 cidades da América Latina. Aqui no Brasil, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo tiveram seus dados analisados.

As cidades demonstraram o uso do Wi-Fi na faixa abaixo de 6 GHz. Em São Paulo, 30% da rede Wi-Fi usa a faixa de 2,4 GHz; já no Rio e em Brasília, a marca vai para 19%. Em julho, a GSMA projetou, em uma audiência pública na Câmara dos Deputados que debateu o uso da frequência de 6 GHz, que até 2030 o tráfego de dados móveis terá um crescimento de 3,4 vezes.

O diretor de espectro da GSMA, Luiz Felippe Zoghbi, ressaltou que a crescente demanda por dados é a alma do debate do espectro. Só no ano passado, os usuários da América Latina usaram cerca de 9 GB de dados móveis por mês. Zoghbi já fala em 3,5 vezes mais tráfego de dados até 2030.

“O espectro atual não será suficiente. Precisamos discutir desde já o 6G, a largura de faixa necessária e, principalmente, o preço do espectro. Quanto mais caro, menor a capacidade de investimento das operadoras”, declarou ele durante painel.

Pesquisa

A pesquisa da GSMA destaca que a faixa de 6 GHz é essencial para potencializar o 5G e posteriormente o 6G. Com o aumento do tráfego de dados, a entidade prevê que, até 2035, a rede móvel sofrerá mais dificuldades de capacidade do que as redes Wi-Fi. Reforçando a defesa da GSMA do espectro a mais para as operadoras móveis.

Os dados indicam que em todas as 11 cidades latinas analisadas poucas usam a faixa inferior de 6 GHz com o Wi-Fi 6E, o que permite que a faixa aberta para a evolução futura da tecnologia.

A América Latina ainda é dependente de tecnologias Wi-Fi mais antigas e 41% do uso de Wi-Fi corresponde ao Wi-Fi 4, enquanto 52% ao Wi-Fi 5. Com as novas tecnologias de espectro, como o Wi-Fi 6 (7%), as faixas não licenciadas existentes (2,4 GHz, 5 GHz e a parte baixa de 6 GHz) são suficientes para a futura demanda de Wi-Fi.

Os dados também indicam que a maior parte do uso de dispositivos móveis é feita majoritariamente através de faixas médias; 84% da conectividade em ambientes internos é fornecida por faixas médias; e 71% do uso de 5G em ambientes internos urbanos é fornecido pela faixa de 3,5 GHz.

Foto: Divulgação/Painel Telebrasil

 

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