Fundada em 2010 por Lei Jun e outros seis cofundadores e apontada por algum tempo como a “Apple chinesa”, a empresa Xiaomi se tornou uma das maiores fabricantes de smartphones do mundo. Pouco mais de um ano após a sua criação, em agosto de 2011, a empresa lançou seu primeiro celular, o Xiaomi Mi 1.

Durante os três primeiros anos, a companhia arrecadou milhões de dólares em rodadas de Série A, B e C. Ainda no ano do seu surgimento, a empresa arrecadou US$ 41 milhões. Em 2011, arrecadou outros US$ 90 milhões. No ano seguinte, levantou US$ 216 milhões em financiamento em rodada da Série C, sendo depois avaliada em US$ 4 bilhões.

Em 2013, a Xiaomi chegou a vender 18,7 milhões de smartphones, mais que o dobro do número do ano anterior, com 7,2 milhões. Já no primeiro semestre de 2014, a fabricante vendeu 26,1 milhões de smartphones, um salto de 271% das vendas no mesmo período em relação ao ano passado.

Mesmo assim, a marca ainda estava começando a expansão fora da China, criando uma sede internacional em Cingapura, no início de 2014. Nesse mesmo ano, fechou com 61,12 milhões de vendas de smartphones, gerando uma receita de US$ 12 bilhões na época. Com isso, tornou-se a terceira maior fabricante de smartphones do mundo, segundo a IDC, ficando atrás somente da Samsung e Apple.

Na época, Jun havia afirmado que a expectativa da empresa era vender 100 milhões de dispositivos em 2015. Neste mesmo intuito, a Xiaomi passou a expandir os seus negócios para outros países da Ásia. O primeiro país que a companhia deu seu primeiro passo fora do continente asiático foi o Brasil.

Chegada da Xiaomi no Brasil

Quando a empresa chinesa chegou ao Brasil, em 2015, teve uma grande aposta no desenvolvimento da variedade de produtos eletrônicos. Diferentemente do que acontecia, por exemplo, com o iPhone, que custava quase o dobro do preço nos Estados Unidos, a empresa chinesa estava trabalhando com a Foxconn para fabricar dispositivos móveis dentro do Brasil, para evitar os altos impostos de importação.

Os executivos da Xiaomi apostaram no País por ser um mercado interessante e o mais distante de sua sede. Uma das razões era por causa do local, bastante afastado da China – que vinha a maior parte de suas ações –, e pela população, que até então tinha cerca de 200 milhões de pessoas, e isso possibilitaria um mercado com grande potencial para preços acessíveis (uma especialidade considerada da marca).

Em junho, então, foi revelado seu primeiro aparelho para o País latino-americano, o Redmi 2, a versão mais recente de seu dispositivo Android, que foi vendido por R$ 499 (cerca de US$ 160). Os aparelhos da marca eram vendidos nos sites oficiais de empresas como a Lojas Americanas, Submarino, Casas Bahia e Shoptime, além do Walmart e outros.

No entanto, a aposta não foi suficiente. Com muita especulação antes de completar um ano da chegada ao Brasil, começaram a circular pela Internet os primeiros rumores de que deixaria de trazer seus lançamentos, dando sinais que não tinha planos de seguir atuando no País. Alguns meses depois, ainda em 2016, o executivo da Xiaomi, Hugo Barra, confirmou a suspensão de lançamentos de produtos no Brasil. De acordo com o brasileiro, a empresa não estava desistindo do território brasileiro, mas passaria por reestruturações, mudanças no modelo de vendas e encerraria a produção local. Além disso, alguns funcionários foram transferidos para Pequim, na China.

O retorno

Em 2018, após a Xiaomi ter fechado uma parceria com a Amazon, foi introduzido em seu catálogo no Brasil os aparelhos da empresa chinesa. Em fevereiro do ano seguinte, a DL Eletrônicos confirmou parceria com a Xiaomi para trazer os produtos através de importação com garantia local. Em junho de 2019, o modelo Redmi Note 7 ficou em primeiro lugar na lista de smartphones mais vendidos no País pela Amazon.

A parceria começou com dois modelos, o Redmi Note 6 Pro e o “premium acessível” Pocophone F1 – ambos seriam vendidos através das lojas físicas da Ricardo Eletro. Além dos dois, a DL também homologou os modelos Xiaomi Mi 9, Mi 8 Lite e Redmi Go junto à Anatel.

Neste ano, houve a inauguração da primeira loja oficial, no Shopping Ibirapuera, em São Paulo, da marca. Dois anos depois, em agosto de 2021, foi anunciada a abertura de mais cinco lojas físicas no Brasil, a serem concretizadas nos meses seguintes, nas cidades de Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Salvador.

Desde então, a Xiaomi vem conquistando a sua expansão internacional desejada no início de seus negócios, obtendo continuidade no grande desempenho e crescimento dentro da América Latina, especialmente no Brasil.