A popularização de serviços móveis de mensagens instantâneas no Brasil, como WhatsApp e Messenger, e a consequente redução na utilização do SMS peer to peer (P2P) não é novidade e já fora comprovada em uma pesquisa sobre o tema realizada por MOBILE TIME e Opinion Box no ano passado. Agora, em junho de 2015, a pesquisa foi realizada novamente, e agregou novas perguntas com o objetivo de identificar, afinal, qual é a diferença entre os três serviços em termos de base de usuários únicos diários (DAUs, na sigla em inglês), semanais e mensais (MAUs), métricas muito utilizadas no mercado para medir a popularidade de aplicativos móveis. Os resultados da nova pesquisa, intitulada Panorama Mobile Time/Opinion Box: WhatsApp X Messenger X SMS, serão publicados a partir desta quarta-feira, 1, em uma série de reportagens neste noticiário.

Nesta pesquisa foram entrevistados 1.268 internautas brasileiros, respeitando as proporções por sexo, faixa etária, renda familiar mensal e distribuição geográfica desse grupo no Brasil. Ou seja, é uma pesquisa com validade estatística dentro do universo de pessoas que acessam a Internet, grupo que representa metade da população brasileira. Dentre os entrevistados, 92% declararam possuir smartphone e 8%, feature phones. Foi adotada como definição de smartphone: "celular com tela sensível ao toque e que permite instalar e desinstalar aplicativos livremente." As perguntas sobre WhatsApp e Messenger, portanto, foram feitas apenas para o grupo com smartphone, enquanto aquelas sobre SMS foram aplicadas para todos os entrevistados.

O WhatsApp é disparado o serviço de mensageria mais usado no Brasil, segundo a pesquisa. Ao serem perguntados quando foi a última vez que haviam enviado uma mensagem pelo WhatsApp, 89,1% dos entrevistados com smartphone responderam que foi em algum momento nas últimas 24 horas. Ou seja: podem ser considerados como usuários diários (DAU) do WhatsApp. Outros 5,8% responderam que a última mensagem foi enviada entre um dia e sete dias. E 1,5%, entre uma semana e um mês. Somando os três grupos pode-se dizer que o WhatsApp tem 96,4% de usuários únicos mensais entre os internautas brasileiros com smartphone. Apenas 0,5% responderam que havia sido há mais de um mês; 0,7% não lembrava; e 2,4% nunca usaram WhatsApp.

O Facebook Messenger aparece em segundo lugar em termos de frequência de uso no Brasil pelo celular. 50% dos entrevistados com smartphone disseram ter enviado uma mensagem pelo app nas últimas 24 horas; 22,6%, entre um e sete dias; e 9,2%, entre uma semana e um mês. Ou seja: 81,8% dos internautas brasileiros com smartphone são usuários mensais do Facebook Messenger. 6,2% mandaram sua última mensagem há mais de um mês; 5,1% não lembravam; e 6,9% nunca usaram o serviço.

SMS

O SMS fica em terceiro lugar no Brasil em frequência de utilização. 35,7% dos entrevistados disseram que seu último SMS enviado havia sido em menos de 24 horas; 24,3%, entre um e sete dias; e 17,7%, entre uma semana e um mês. Ao todo, 77,7% dos internautas brasileiros, portanto, são usuários mensais de SMS. 15,3% disseram que usaram o serviço há mais de um mês; 6,5% não lembravam; e 0,6% respondeu que nunca mandou um SMS.

No caso do SMS, é possível separar os grupos com e sem smartphone. O uso do SMS é mais frequente entre as pessoas que possuem smartphone do que entre aquelas com feature phone. No grupo com smartphone, o percentual de usuários diários é de 36,1%, contra 31,7% entre aqueles sem smartphone. Na comparação de usuários mensais, os percentuais são de 78,5% e 68,3%, respectivamente. Cabe ressaltar que no grupo com feature phone, a proporção de pessoas com mais de 50 anos de idade é relativamente alta: 38,6%, contra 11,6% entre aqueles com smartphone.

Outros apps

Entre os internautas com smartphones, 34,4% informaram que também utilizam outros apps de mensagens instantâneas. Convidados a escrever livremente o nome dos aplicativos, os mais citados por esse grupo foram: Skype (14,7%), Viber (13,4%), Hangouts (6,2%), Imo (6%), Telegram (5,7%), ICQ (2%), Tinder (1,5%), Line (1,2%) e Twitter (1,2%). Foram computados eventuais erros de grafia (por exemplo: menções a "Telegran" foram consideradas como "Telegram"), assim como nomes diferentes mas que valem para o mesmo serviço (por exemplo: Gtalk foi contado como Hangouts, pois é o nome antigo do serviço do Google).

Outros resultados da pesquisa, como o tipo de conteúdo trocado (foto, vídeo, áudio) em cada app e dados sobre o recebimento de propaganda por cada um desses canais, serão divulgados ao longo desta série de matérias nos próximos dias, em MOBILE TIME.