Se pudesse escolher uma única melhoria no serviço prestado por sua operadora de telefonia celular, o usuário brasileiro de smartphone pediria por mais velocidade na transmissão de dados. Essa foi a resposta de 32% dos entrevistados que possuem smartphone em uma pesquisa realizada em junho passado pela M.Sense e pela Hi-Midia no Brasil. O pedido por mais velocidade ficou à frente de opções como melhores preços nos planos e serviços (29%); melhor atendimento ao cliente (10%); tecnologia de última geração (7%); e programa de pontos/fidelidade (7%).

Do total de entrevistados que possuíam smartphone, 89% disseram utilizar Internet móvel (36% com planos pós-pagos; 34%, pré-pagos; e 19% apenas com Wi-Fi). Quanto à frequência de uso desse serviço, 39% respondeu que acessa a Internet pelo smartphone mais de uma vez por dia e 35%, uma vez por dia.

Outro dado interessante da pesquisa é que o usuário brasileiro de smartphone não enxerga uma diferença substancial entre os serviços prestados pelas quatro grandes operadoras que atuam no País. 52% disseram que concordam parcialmente e 19% totalmente com a seguinte afirmação: "acho que todas as operadoras têm serviços e aparelhos similares". Ao mesmo tempo, 56% responderam que concordam totalmente e 33% parcialmente com o seguinte: "trocaria de operadora se eu percebesse um melhor serviço ou tecnologia em outra operadora".

A pesquisa entrevistou online 1.796 pessoas de todas as classes sociais, idades e regiões do Brasil, incluindo usuários e não usuários de smartphones.

Análise

A preocupação do consumidor com velocidade de dados demonstrada na pesquisa parece ter sido captada pelas teles. Isso poderia explicar o esforço da Vivo e da Claro em divulgar nos últimos meses suas redes HSPA+, ambas com nomes comerciais diferentes e novos planos de serviços (3G Plus e 3G Max, respectivamente). A corrida da Claro por lançar o 4G antes das demais também pode estar motivada pela percepção dessa necessidade do usuário.

Simultaneamente, nota-se do lado do órgão regulador, motivado por reclamações dos consumidores, uma atenção maior para com a qualidade da rede móvel e a velocidade vendida pelas teles. A prova disso são as recentes iniciativas da Anatel de medir a velocidade da banda larga fixa e móvel no País.