No começo deste ano, a agregadora internacional de conteúdo móvel PlayPhone anunciou sua decisão de concentrar esforços em uma plataforma de jogos sociais. A mudança de estratégia está dando os primeiros frutos: a "PlayPhone Social", como foi batizada, conta agora com mais de 3 milhões de usuários cadastrados, dos quais 500 mil são considerados "ativos", ou seja, acessam os jogos pelo menos uma vez por mês. A empresa tem atualmente cinco títulos para Android e sete para iOS, além de um app central da plataforma em si, onde o catálogo é promovido.

Todos os jogos da PlayPhone são gratuitos. A receita vem da comercialização de bens virtuais por dentro dos aplicativos, que é dividida com os desenvolvedores parceiros. Nos exterior, as vendas são feitas via cartão de crédito ou em parceria com operadoras móveis. Nos EUA, a empresa conseguiu acordos com duas grandes operadoras (AT&T e Verizon) para realizar o chamado "billing direto", ou seja, a cobrança do valor do bem virtual diretamente na conta do usuário. No Brasil isso ainda não é possível. A solução encontrada por empresas com modelo de negócios similar, tais como a Vostu, é usar a cobrança através de SMS premium. O problema é não ter flexibilidade para alterar o preço do SMS. Renato Marcondes, gerente geral da PlayPhone para América Latina, reconhece que não dá para depender somente da cobrança via cartão de crédito no Brasil, em razão da baixa utilização dessa forma de pagamento pela população local. Por isso, a PlayPhone está em negociação com as teles daqui. Marcondes pondera, entretanto, que a participação cobrada pelas operadoras brasileiras é alta, na faixa de 60%, o que estaria afastando do mercado nacional empresas estrangeiras de micropagamentos. A título de comparação, as operadoras norte-americanas cobram tradicionalmente em torno de 30%, podendo chegar a 15% em casos de acordos especiais.

Tablets

Em outra frente, a PlayPhone trabalha para desenvolver seus primeiros títulos para tablets. Parcerias com fabricantes nacionais para embarcar alguns games da distribuidora em tablets no Brasil estão em negociação, informa o executivo.

A empresa segue em busca de desenvolvedores para aumentar seu catálogo de jogos. A PlayPhone oferece 50% de sua receita líquida com o game para o desenvolvedor. Em troca, investe em mídia e na distribuição dos títulos. Dois desenvolvedores brasileiros já assinaram contrato com a PlayPhone: Hive Digital e Calibre Games.