Nesta terça-feira, 3, as ações do Spotify começam a ser negociadas na Bolsa de Nova Iorque, com uma avaliação que pode ultrapassar os US$ 20 bilhões. A start-up de streaming de música optou por evitar a habitual oferta pública em favor de um processo raramente usado – e potencialmente arriscado – conhecido como uma listagem direta, na qual nenhuma ação nova é emitida e investidores podem vender seus stash no Dia 1 (ou seja, terça-feira, 3), como anunciou o jornal New York Times,.

O fato é que a empresa sueca nunca registrou lucro. Sua listagem direta poderia sair pela culatra, assustando os investidores. Sua concorrência ainda é um campo de gigantes como Apple, Amazon e Google e o relacionamento do Spotify com a indústria da música, do qual depende para as milhões de músicas disponibilizadas para streaming, tem sido tenso desde o começo.

No entanto, o Spotify teve um papel crucial na recuperação financeira da indústria musical. Depois de 15 anos em declínio as receitas de música gravada começaram a melhorar a partir de 2015. Em 2017, as vendas de CD, downloads e ofertas de assinaturas de serviços como a do Spotify cresceram nos Estados Unidos para US$ 8,7 bilhões, o ponto mais alto em uma década, e com o streaming representando 65% do total, de acordo com os dados apresentados pelo jornal norte-americano da Recording Industry Association of America.

Atualmente, o Spotify conta com 157 milhões de usuários em todo o mundo, sendo 71 milhões de pagantes por uma assinatura livre de comercial. Isso é quase duas vezes mais do que sua principal concorrente, a Apple, que entrou no sistema de assinatura há apenas três anos. A previsão do Spotify é de que, até o fim de 2018, a empresa tenha 96 milhões de assinantes e US$ 6,5 bilhões em receita.