Frederico Faria é diretor da DragonLearn no Brasil

Desde 2017 no Brasil, a DragonLearn (Android) é uma aplicação desenvolvida por dois russos matemáticos para exercitar e reforçar aquilo que se está aprendendo em sala de aula. Voltado para crianças de 6 a 15 anos, os “cartões interativos”, como eles chamam, são gamificados e o aluno interage com eles, que pode acontecer via site ou aplicativo, disponível na Google Play. Em seguida, a dupla expandiu o método para o ensino de inglês. Atualmente, na Rússia, 25% dos alunos do país estão cadastrados na plataforma. No Brasil, as mais de 11 mil tarefas foram adaptadas e alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, por meio de uma parceria, ajudam 900 mil estudantes do 1º ao 5º ano da rede pública do Estado de São Paulo a estudarem matemática e inglês. Ao todo, a DragonLearn possui 1,8 milhão de usuários cadastrados no País.

“Para os alunos da rede estadual, oferecemos a plataforma gratuitamente todos os dias da semana até às 18h. Fora do horário, os alunos podem fazer até 20 exercícios por dia, também sem custo. Depois disso, podem escolher entre esperar até o dia seguinte ou fazer um plano pago”, explicou o diretor da DragonLearn, Frederico Faria.

Para poder ser usada no País, os conteúdos de matemática e inglês foram inteiramente adaptados. Até o final de junho, a previsão é de que a DragonLearn tenha 2 milhões de usuários no País, sendo que 1,2 milhão foram acrescentados apenas durante a pandemia.

Para realizar esta adaptação é preciso ter um time com um pedagogo, um designer e um programador.

A DragonLearn é uma plataforma adaptativa, ou seja, ela se adapta conforme o estudante responde os cartões. Caso erre uma questão sobre um determinado conteúdo, a plataforma oferece mais cartões sobre aquela matéria. Assim, o aluno tem mais chances de entender o assunto. Para isso, a ferramenta utiliza inteligência artificial. “A plataforma compara o desempenho de uma criança com a outra e, quando ela erra, a DragonLearn muda a trajetória dessa criança para que ela tenha mais daquele conteúdo que para ela é mais difícil. E quando ela chega ao final do curso, sabemos que ela aprendeu. Trabalhamos com o progresso individual e não com notas”, resumiu o diretor da DragonLearn no Brasil.

Com a pandemia, Faria estima que as metas da plataforma EAD sejam multiplicadas por cinco. “Nesse trimestre, crescemos 50%. Já conseguimos, em dois meses, fazer três vezes o resultado do ano”.

Os mais de 10 milhões de usuários da plataforma se concentram nos países do Brics, além de Estados Unidos, Canadá, Indonésia e Vietnã. “Optamos por expandir para países com bastante densidade populacional”, explicou Faria.

O aplicativo é recente para a DragonLearn. Lançado no início do abril, atualmente ele é usado por 5% dos alunos e há uma média de 1 mil downloads por dia do app. “Estamos crescendo. Até o final de julho ou, no mais tardar, em setembro, a gente deve ter um aumento consistente nas métricas dos aplicativos”, disse.