C6 Taggy | Foto: Rogerio Albuquerque

A startup Greenpass desenvolveu uma plataforma de pagamento automático de pedágios. A diferença principal de sua solução para as demais é que seu produto é white label e voltado para bancos e fintechs. Taggy, como é chamado,  tem um “chip de pedágio” com cobertura nacional e que usa a faixa de 915 MHz, frequência padronizada no Brasil para essa finalidade. A primeira parceira a adotar o Taggy é o banco digital C6 Bank, que entrou no mercado brasileiro recentemente. A versão personalizada da solução da Greenpass chama-se, neste caso, C6 Taggy e já está sendo distribuída gratuitamente a clientes do banco, sem cobrança de mensalidades ou taxas. O usuário paga somente o pedágio, cujo valor é debitado automaticamente em sua conta na fintech.

Os sócios fundadores João Cumerlato e Carlo Andrey trabalharam na ConectCar, uma empresa de pagamento de pedágio. Para Cumerlato, a solução white label permitirá que instituições financeiras de médio e pequeno portes tenham a oportunidade de entrar nesse mercado de meio de pagamento. “Nossa solução permite que qualquer fintech possa plugar sua tecnologia de meios de pagamento à nossa plataforma. É um produto relativamente barato, se pensarmos que para entrar nesse mercado de pagamento de pedágio os custos são altíssimos. Estamos falando de uma diferença de centenas de milhões de reais para milhares de reais”.

Cumerlato explicou, citando dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, que 53% dos pagamentos em pedágios são feitos em dinheiro. Os outros 47% são heavy users. Eles representam 5 milhões de usuários que já possuem tags para a cobrança automática. “O mercado de heavy user estagnou. Mas ainda temos 35 milhões de veículos com usuários esporádicos que, para eles, não faz sentido pagar uma mensalidade. É por isso que entramos nesse meio de pagamento, que tem potencial para crescer entre esses usuários”.

A solução elaborada para a C6 Bank é apenas para pedágio, porém, o Taggy da Greenpass também pode servir para estacionamentos. No próximo mês, por exemplo, uma instituição financeira lançará a solução para essa finalidade. A diferença é que ela chega pelo aplicativo do meio de pagamento. “Você entra no estacionamento, pega o tíquete, mas paga pelo app da instituição financeira, como se estivesse pagando uma conta. Não vamos usar as antenas do shopping”, disse Cumerlato. Isso porque as antenas ainda não são compartilhadas com outras empresas e não é possível entrar com outras antenas, criando uma barreira para a entrada de concorrentes”. A Greenpass entrou com um pedido no Cade para reverter essa situação.

Próximos lançamentos

O executivo não pode revelar os nomes de outras empresas que usarão o Taggy, apenas disse que mais dois bancos deverão lançar nos próximos três meses a solução e outros quatro meios de pagamento também.

A integração pode demorar até três meses. Segundo o sócio-fundador da Greenpass, uma das empresas integrou em apenas 30 dias. “Foi incrível, mas vai depender da equipe de TI e se eles vão querer ou não usar nossas aplicações que aceleram o processo”.

Modelo de negócios

A Greenpass cobra uma taxa mensal por usuário ativo na plataforma das soluções financeiras. Cabe ao parceiro decidir como cobrará de seu cliente. “É uma opção comercial do parceiro. Já sabemos que um vai cobrar R$ 6 reais de mensalidade, outro, R$ 10. Mas, o C6 Bank optou por oferecer como cortesia”, explicou Curmelato.