Com a volta antecipada do futebol ainda durante a crise da pandemia do novo coronavírus, a partida entre Flamengo e Boavista ocorrida na quarta-feira, 1º, provocou impacto na rede da Claro. Isso porque o jogo foi transmitido por streaming, no canal FlaTV, no YouTube.

Segundo afirmou o CMO da Claro, Márcio Carvalho, o efeito foi similar ao de que se tem visto com a realização de grandes shows ao vivo – já conhecidas como lives. “Conteúdo ao vivo com muita gente assistindo, não só de futebol, mas em live de músicas, é um desafio muito grande para a rede”, declarou ele durante debate online da Futurecom nesta quinta-feira, 2.

O aumento do tráfego é mais desafiador porque não é possível se aproveitar da arquitetura da rede com recursos como CDNs e caches em servidores. “Não tem como fazer o caching para se aproximar, é live, o usuário vai direto buscar [o conteúdo no servidor]. Cada uma das pessoas abre um stream, e isso onera muito a nossa infraestrutura”, argumenta.

Carvalho diz que essa saturação acontece sempre com os eventos ao vivo, e pontua que a regra de neutralidade de rede prevista no Marco Civil da Internet impede uma melhor gestão desse tráfego. “Quando tem saturação, não podemos ter diferenciação de tráfego pelas regras da Anatel, então em algum momento terá alguém deixando de estudar ou trabalhar”, alega.

Como remédio para o fenômeno das lives durante a pandemia, a Claro e as demais operadoras têm buscado negociar com os provedores de conteúdo e artistas para migrar esse tipo de transmissão para o broadcast tradicional – ou seja, pela TV.

Sem a Globo

Em decorrência da transmissão da partida do Flamengo pela Internet, a Globo anunciou nesta quinta-feira, 2 de julho, que não vai mais transmitir o Campeonato Carioca. A emissora rescindiu o contrato que mantinha com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro e com os Clubes, mas manterá os pagamentos desta temporada.