Em 2020, o planeta terá 5,5 bilhões de usuários móveis, ou 70% da população mundial, de acordo com a última edição do estudo Visual Networking Index (VNI) da Cisco, divulgada nesta quarta-feira, 3. Segundo a empresa, isso representará mais pessoas com dispositivos móveis do que com eletricidade (5,3 bilhões), água encanada (3,5 bilhões) e automóveis (2,8 bilhões). A penetração de dispositivos inteligentes (smartphones e tablets) chegará a 72% da base total.

No mundo haverá 11,6 bilhões de dispositivos, sendo 8,5 bilhões pessoais e 3,1 bilhões para a comunicação máquina-a-máquina (M2M). Ao todo, esses aparelhos serão responsáveis por 98% do tráfego de dados móveis no fim do período. A maioria (81%) será via smartphones, com 7% para o M2M.

Já a base de dispositivos vestíveis crescerá de 97 milhões para mais de 600 milhões no período. Os celulares básicos corresponderão a 1% do tráfego total em 2020, contra 3% em 2015. Além disso, 66% dos dispositivos serão compatíveis com o protocolo IPv6 (contra 36% hoje). O novo protocolo será ainda 54% do tráfego de dados móveis, contra 13% em 2015.

Tráfego

O tráfego de dados móveis global chegará a 30,6 Exabytes/mês, contra 3,7 EB/mês em 2015; e 366,8 EB/ano, contra 44,2 EB/ano no ano passado. No período estudado, os dados móveis crescerão duas vezes mais rápido do que a banda larga fixa. Mas haverá maior offload: se em 2015 havia uma fatia de 51% escoando para para a fixa, em 2020 será uma parcela de 55%. Boa parte do conteúdo será de vídeo: 75% de todo o tráfego será para o consumo desse tipo de mídia.

Em 2015, o tráfego de offload mensal foi de 3,9 Exabytes, superando o tráfego móvel (3,7 EB/mês) pela primeira vez. Em 2020, a Cisco afirma que será gerado 38,1 EB/mês em offload via Wi-Fi, contra 30,6 EB/mês nas redes móveis.

O 4G representará 72% de todo o tráfego móvel (contra atuais 47%), gerando quase seis vezes mais tráfego mensal do que as outras tecnologias. O LTE será 40,5% do total da quantidade de acessos móveis, contra 13,7% no ano passado. E a velocidade média da banda larga móvel aumentará: de 2 Mbps para 6,5 Mbps em 2020.

O 3G ainda aumentará para 38,7% (em 2015 era de 33,7%) sua participação na base mundial, enquanto o 2G continuará reduzindo o share: de 52,3% para 13,5%. O número de hotspots Wi-FI aumentará sete vezes: de 64 milhões para 432 milhões. Os pontos de acesso residenciais sairão de 57 milhões para 423 milhões.