A necessidade de criar um novo negócio e a mente imaginativa de sua filha de cinco anos de idade fizeram com que o empresário Rogério Valim percebesse um nicho para trabalhar. Após quatro anos de desenvolvimento e testes, o executivo lançou neste mês o aplicativo Magic Bubble (Android), uma rede social para crianças de 4 a 10 anos usarem em suas escolas, com pais e professores acompanhando o seu desenvolvimento. Atualmente, o app já funciona em oito instituições do Brasil, como o Colégio da Lagoa, em Florianópolis. A plataforma já existia para PCs e agora chega agora ao formato mobile.

O Magic Bubble traz jogos e chat ambientados em grandes cidades do Brasil e do exterior, como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Buenos Aires. A rede social funciona como um ambiente seguro para as crianças conversarem entre si e enriquecerem seu vocabulário. Além disso, elas ganham moedas virtuais (Bubblers) à medida que jogam e utilizam o serviço.

O acesso à plataforma é feito apenas com consentimento dos pais, que entram com seu e-mail como parte do cadastro. Os responsáveis ainda são avisados por e-mail caso um adulto tente entrar em contato com seu filho ou conteúdos impróprios tenham sido escritos nas conversas, pois um filtro analisa o conteúdo da conversa. Vale frisar que a comunicação por bate-papo é restrita para alunos e professores cadastrados em uma instituição de ensino registrada dentro do Magic Bubble.

“Vamos criar espaços específicos para os colégios dentro da plataforma. E o professor, sem ajuda de ninguém, vai poder programar games para seus alunos baseados no conteúdo ensinado na sala de aula”, revela Valim. “Isso  custa por mês R$ 9,95 e entra no boleto do colégio”.

Além do modo para escolas, o app pode ser contratado individualmente pelos pais nos formatos gratuito e pago. Na opção gratuita, o acesso é liberado ao chat e aos jogos. No formato pago, com mensalidade de R$ 9,95, a criança tem acesso a materiais exclusivos – roupas, mascotes e acessórios – para usarem com seu personagem (avatar) na rede social.

Recentemente, uma campanha de marketing foi feita nas escolas com as crianças recebendo o cartão "VIP" do app que dá 30 dias de acesso grátis para a parte paga da plataforma. Até o fim de 2016, Valim espera que Magic Bubble chegue a 50 mil usuários cadastrados no modo grátis e 10 mil pagantes.

Nove sócios e um destino

Valim conseguiu atrair vários sócios para sua empresa: Marco Rosset, ex-CEO da Walt Disney, assumiu como CEO da start-up; Luciana Allan, diretora do Instituto Crescer, cuida da parte pedagógica; Luis Claudio Allan, responsável pela comunicação do Magic Bubble; e Felipe Malta, sócio da agência 9mm, trabalha com a parte de marketing. Além deles Rodrigo Cancellier, João Pedro Solano, André Bornhausen e Olívia Bornhausen investiram no app.

“Eu procurei trazer sócios que além do capital financeiro pudessem agregar capital intelectual”, explica. “Segui a cartilha das start-ups nos EUA: um sócio complementa o trabalho do outro. Ainda sou o sócio-majoritário, mas isso não é importante, pois não adianta se a empresa não vale nada”. O executivo informa que deve fechar um aporte de um novo fundo de investimento. A empresa tem hoje 18 funcionários.

O Magic Bubble ainda mira uma expansão internacional por meio de franquias. O plano é levar a rede social a 47 países. Outro serviço que poderá ser ofertado é a impressão 3D dos avatares das crianças, ainda em estudo. Hoje há games em cinco cidades dentro da rede social e o objetivo é ultrapassar 100 até o final do ano. A versão para iOS aguarda apenas a aprovação da App Store para ser lançado.