A Wise (Android, iOS) lançou nesta quinta-feira, 3, uma aplicação que permite aos seus correntistas investirem em moedas estrangeiras com rendimento. Batizado como Rende+, o produto é de rendimento variável e baseado em títulos governamentais com aportes que podem ser feitos em dólar, euro ou libra esterlina.

O produto da fintech funciona como uma otimização de saldo, ou seja, o correntista adquire a moeda estrangeira e a deixa rendendo dentro da conta. A ideia é que o usuário, dentro do app, utilize o saldo da conta internacional ou reserva de viagem, em dólar, euro ou libra, e escolha por habilitar o investimento do Rende+ com esse montante.

Segundo Ricardo Amaral, country manager no Brasil e head de banking da Wise na América Latina, a Rende+ tem como benefícios:

  • Não ter valor mínimo ou carência para adesão;
  • Os clientes podem ativar e desativar o investimento quando desejarem;
  • O acesso ao investimento e a liquidez são imediatos por meio do cartão internacional da Wise.

Outra vantagem que Amaral cita é a estrutura de taxas, que é transparente ao consumidor: o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) aplicado ao produto é de 0,38%; a estrutura de custos tem tarifas anuais que variam entre 0,16% e 0,45%; e as taxas de retornos anuais e variáveis são de 4,07% para dólar, 1,76% para euro e 3,73% para libra esterlina.

Demanda dos clientes Wise

Wise

Ricardo Amaral, country manager da Wise no Brasil, ao explicar como funciona a Rende+ (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Embora o lançamento do Rende+ coincida com o fato de que o aumento do IOF foi derrubado pelos parlamentares e o preço do dólar tem caído nas últimas semanas, o executivo da fintech afirmou que o lançamento do serviço foi focado em atender demandas do público.

Essas demandas são baseadas em dados internos da Wise, como:

  • 90% dos saldos mantidos pelos usuários brasileiros da fintech estão em moeda estrangeira, sendo que 80% desses valores são em dólares, euros e libra;
  • 88% convertem reais para outras moedas antes de gastar;
  • 68% deles convertem dinheiro quando necessário ou quando as taxas de câmbio são favoráveis, e, enquanto não convertem deixam o dinheiro como uma espécie de poupança.

“Nós vemos nesses clientes algumas necessidades importantes: a viagem, os gastos internacionais e a diversificação de patrimônio. Ninguém programa uma viagem de um dia para o outro. Vai guardando um pouco do salário por mês. Fazendo seu fundo de viagem e pagando os custos de hotel e passagem. Então, aos poucos você vai montando esse valor”, disse. “Outra coisa que temos visto muito é o cliente diversificar o patrimônio. Diversificar o patrimônio em termos de poder guardar o dinheiro em moeda forte. Poder guardar o dinheiro em dólar, euro, libra e se proteger um pouco da variação cambial”, explicitou.

Produtos e lançamento Pix

O Rende+ foi feito em parceria com a Genial Investimentos, pois a corretora tem licença de investimento junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Wise tem apenas licença de corretora com a CVM e de instituição de pagamento no Banco Central.

Amaral explicou que a fintech não pretende obter uma licença própria de investimento. Com isso, a relação entre Genial e Wise é de longo prazo e pode eventualmente gerar outros produtos de investimento.

Sobre a licença de instituição de pagamento que permite oferecer o Pix, o country manager confirmou que a fintech está preparando o lançamento do arranjo de pagamento instantâneo em sua conta. A solução está com um “rollout silencioso” com alguns de seus clientes, mas deve ganhar uma comunicação mais incisiva no final de julho.

“É mais um passo da Wise, colocando os serviços financeiros no Brasil”, afirmou o executivo, ao explicar que alguns clientes já conseguem associar sua chave Pix ao app da conta internacional e que não terá custos em transações feitas com real de ponta a ponta.

Imagem principal: Ricardo Amaral, country manager da Wise no Brasil (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time) 

 

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