A SpaceX lançou com sucesso na última quarta-feira, 3, seis satélites de baixa órbita da Starlink que vão operar como torres 4G no espaço, se comunicando diretamente com smartphones na superfície da Terra. O serviço é chamado de direct-to-cell (D2C).

A Starlink possui acordo com oito operadoras em diferentes países que vão oferecer o serviço D2C a seus assinantes: T-Mobile (EUA), Optus (Austrália), Rogers (Canadá), One NZ (Nova Zelândia), KDDI (Japão), Salt (Suíça), Entel (Chile) e Entel (Peru).

A expectativa é de que até o final de 2024 essas operadoras ofereçam serviço de mensageria via SMS e por meio de apps parceiros através de satélites. E em 2025 haverá a expansão para a oferta de comunicação por voz e dados. O preço do serviço não foi divulgado. 

A conectividade com os satélites depende de visada, ou seja, o celular precisa estar em um ambiente aberto. Não é necessária nenhuma adaptação ao aparelho: qualquer modelo 4G das operadoras parceiras conseguirá se conectar.

Análise

O D2C vai garantir a ubiquidade no serviço de telefonia celular. Hoje, a cobertura das operadoras é bastante ampla nas grandes cidades, mas possui áreas de sombra no interior, especialmente em regiões remotas. A integração com satélites de baixa órbita como os da Starlink garante uma cobertura muito maior.

Note-se que as primeiras parceiras da Starlink são justamente operadoras em países de dimensões continentais (EUA, Canadá, Austrália), ou conhecidos pelo turismo em suas montanhas (Chile, Suíça, Peru).

O modelo de negócios do D2C ainda não está claro. É provável que as operadoras comercializem como um serviço de valor adicionado, porque vão precisar pagar pela conectividade com a Starlink. Mas não se sabe quanto custará e se a cobrança será por quantidade de mensagens, dados ou dias de conectividade, ou se será ilimitada.