A TIM começa a estudar o refarming da sua rede 4G para ser usada no 5G. Durante apresentação no TIM Brasil Day 2022, nesta quarta-feira, 4, Leonardo Capdeville, CTIO da operadora, revelou que a curva de adoção de terminais da quinta geração de redes celulares está mais acelerada que o esperado e com isso o LTE pode ficar subutilizado em um futuro próximo.

“Nós estamos vendo uma aceleração neste ciclo de substituição dos terminais. Na nossa curva, achávamos que teríamos 2% dos devices de 5G. Hoje já está em 3%. Com o acender das redes 5G, o consumidor deve ter mais interesse em fazer uma compra e ir para o 5G”, disse Capdeville. “Quanto mais conseguimos aumentar a penetração do 5G, antes a gente consegue tirar a pressão da rede 4G. E aí vai acontecer no ciclo do 5G o que aconteceu no 4G. Quando acendemos o LTE, os clientes 3G migraram. Com isso, o espectro do 3G ficou subutilizado. E vimos a oportunidade de trazer esse espectro para o 4G”, concluiu.

Dito isso, o executivo acredita que migração do cliente 4G para o 5G será igual à migração do cliente 3G para 4G, porém, estima que pode ser mais rápida. Em uma previsão mais modesta, a operadora estima penetração do 5G em 34% de seu tráfego total em 2025; na visão intermediária 47% no mesmo período; e na otimista 60%. Ou seja, em até três anos a TIM espera ter próximo dos 50% de sua rede consumindo 5G, mais ágil que os quatro anos e meio que o 4G levou para chegar no mesmo percentual.

“Nós ligamos a rede e começamos a puxar clientes que fizeram a troca do terminal. Isso tira a pressão da rede 4G e esse espectro começa a ficar disponível”, disse. “Qual o tempo para isso (refarming)? Vai depender da velocidade de migração. Quanto mais rápida a migração de terminais, antes poderemos captar as oportunidades”, disse. “A partir do próximo ano, os nossos esforços serão em 5G, com o 4G (ficando em) resguardado”, afirmou.

O CEO da TIM, Alberto Griselli, lembrou durante o evento que 70% dos handsets vendidos na TIM já são 5G na faixa de preço mais cara (high-end). Mas disse que é necessário um esforço de todo o mercado, pois as operadoras representam apenas 5% das vendas ante 95% que é concentrado nas varejistas.

Bits e grana

Pelo lado da tecnologia de rede, Capdeville explica que a TIM testou com sucesso o reaproveitamento do mesmo equipamento que irradia 4G com Massive Mimo em 1,8 GHz e 2,1 GHz para irradiar o 5G sobre esse espectro. Mas o CTIO afirma que, em teoria, essa mudança serve para todas as frequências de LTE.

Nas finanças, os cálculos da TIM estimam que para cada 1% de aumento de penetração haverá 1% de melhoria na eficiência de Capex. Além disso, a companhia acredita que haverá uma redução de custo por GB em R$ na mudança do LTE para quinta geração, entre 30% e 40%. Neste cenário, Capdeville apresentou uma economia potencial de R$ 600 milhões em Capex até 2024.