Maurício Filho é diretor da 99Pay

A 99 (Android, iOS) lançou oficialmente no dia 10 de julho sua carteira digital. A 99Pay está integrada ao app e disponível, em um primeiro momento, nas cidades de Curitiba/PR, Campinas/SP, São José dos Campos/SP e Uberlândia/MG. Com o movimento, torna-se a mais nova fintech no mercado e procura atrair os cerca de 20 milhões de usuários de seu aplicativo de corridas e de delivery. A solução já estava no roadmap da empresa, porém, foi antecipada por conta da pandemia do novo coronavírus.

O movimento para ser uma fintech tem como meta deixar o ecossistema da 99 mais eficiente, enxuto, sem a necessidade de ter mais um parceiro intermediando. Segundo o executivo, a proposta é cobrar menos do passageiro, pagar mais ao motorista, manter uma estrutura reduzida, mas com o propósito de ser uma empresa sustentável, que ofereça segurança e os preços mais baixos do mercado.

“Queríamos lançar o produto para trazer eficiência na plataforma e gerar mais valor para o cliente. É uma forma de democratizar os usos dos meios digitais e aumentar o pagamento da forma digital”, explicou para Mobile Time Maurício Filho, diretor do 99Pay, levando em consideração que 70% dos pagamentos dos clientes da empresa ainda são feitos em dinheiro.

Adoção e funcionalidades

É possível carregar a carteira digital por meio de transferência bancária, com os cartões normalmente aceitos na plataforma da 99 e via pagamento de boleto bancário, sendo este último, algo genuinamente brasileiro. “Para explicar aos chineses o que era um boleto bancário foi uma luta”, lembrou o diretor. A 99Pay também faz recarga de celulares pré-pagos das principais operadoras móveis. Com a carteira digital, o usuário pode pagar corridas e o 99Food. “Traremos novas features, mas acreditamos que essas são as principais para gerar valor e que fazem mais sentido para nossos clientes”.

Apesar de não abrir expectativas ou projeções quanto ao número de usuários que adotarão a ferramenta, Filho diz que, desde o seu lançamento em formato “soft launch”, ocorrido apenas em São José dos Campos semanas antes da data oficial, a adoção da 99Pay está acima da média prevista para este momento. Entre os motivos está o marketing mais agressivo adotado recentemente com uma série de descontos em corridas e em entregas da 99Food, além de cashback. “Mas há também o fato de o brasileiro já saber o que é uma carteira digital. Acredito que a adoção das carteiras será mais acelerada (no Brasil).”, acredita o diretor.

Momento de estudos

No momento, a 99 estuda como a carteira digital vai se comportar nessas quatro primeiras cidades e, aos poucos, vai expandir para o resto do Brasil. Está na fase de análise comportamental do produto e de como os clientes reagem a ele. “Queremos entender o approach local. Vamos expandir gradualmente, tentando manter um bom nível de atendimento e escalar num ritmo que a gente continue entregando nossos serviços com qualidade. Estamos fazendo de forma consciente, não queremos acelerar mais do que o necessário. Queremos entender como as pessoas estão usando o produto. O ritmo de tração vai depender do retorno do produto”, resume.

Sobre uma possível oferta de cartões de crédito ou débito aos clientes, Filho responde que o serviço é até cogitado, mas não é o foco no momento.

Perguntado se a ideia é ser mais um super-app, o executivo explica que a proposta não é transformar o aplicativo em um “saco de gatos”. A ideia é que os serviços ofertados tenham sinergia entre si e que possam atrair também aqueles que estão se inserindo no meio digital. “Estamos focados na educação do usuário, para a pessoa se acostumar gradualmente, de forma que a gente colete o feedback dele sobre o que oferecemos e, aos poucos, vamos customizando o produto de acordo com esse retorno”, diz.

PIX

A 99 não divulga o nome da instituição financeira parceira que está por trás para que a empresa possa ser uma fintech. Porém, garante ser credenciada pelo Banco Central e que a 99Pay estará integrada ao sistema de pagamentos instantâneos (PIX) tão logo este seja lançado.