O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não pretende conversar com o governo chinês sobre a retirada da Huawei da lista de entidades proibidas de se fazer negócios em seu país, de forma que reduza a tensão da disputa comercial entre as duas nações. A rede ABC reproduziu no Twitter a conversa que Trump teve com a imprensa norte-americana nesta quarta-feira, 4.

Em pouco mais de um minuto, o presidente respondeu que a fabricante chinesa é uma questão de “segurança nacional” e que seria uma preocupação “para militares e agências de inteligência” daquele país. Falou que os EUA “não farão negócios com a Huawei”, que “devem parar por completo em breve” e que a fornecedora chinesa não é um nome “sobre o qual quer discutir agora”.

Trump não deixa claro se haverá espaço para discutir sobre Huawei no futuro, junto aos pares chineses. No passado, o presidente deu sinais que colocaria a fornecedora em conversas para alcançar um acordo com o governo de Pequim.

Procurada por Mobile Time, a Huawei preferiu não comentar a fala do presidente norte-americano.

Entenda o caso

Desde maio, as ações de Trump contra a Huawei tem colaborado para escalar a disputa comercial entre EUA e China. Um imbróglio que trouxe bilhões de dólares em sobretaxas a produtos dos EUA que vão para China, e em produtos chineses que vão aos EUA. O impacto direto às empresas de tecnologia foi grande.

O caso começou com o Departamento de Comércio dos EUA colocando a Huawei na Lista de Entidades por questões de segurança nacional. A ação proíbe a compra de peças e insumos de empresas norte-americanas por firmas que estão nesta lista.

Nota-se que o presidente norte-americano não apresentou provas que equipamentos da Huawei são inseguros ou têm papel em coleta de dados para espionagem por meio de backdoor, algo que a empresa de segurança Checkpoint explicou recentemente que não existe.

O capítulo mais recente foi em agosto deste ano com o governo dos Estados Unidos aumentando o prazo para mais 90 dias com a Licença Geral Temporária (TGL, na sigla em inglês) da Huawei. A TGL autoriza a companhia a cumprir “compromissos específicos e limitados em transações que envolvam a exportação, reexportação e transferência de itens” até 19 de novembro.