1. Internet of Things

A Internet das coisas (IoT) começa a tomar forma mais relevante principalmente através de Smart Watches, Smart Cars e Smart Home Appliances, que proporcionam reais casos de uso centrados na necessidade do usuário e não na viabilidade tecnológica.

Para se ter uma ideia, nos últimos 5 anos, o espaço ocupado por empresas automotivas na CES em Las Vegas dobrou e já ocupa 10% de toda a feira.

O Hyundai Genesis pode ser destravado e ligado através de um toque em um smartwatch. A BMW promete carros que estacionarão sozinhos em 1 ou 2 anos também com comandos através de smartwatches. A Audi enviou um de seus sedans auto-pilotáveis de Palo Alto a Las Vegas, um trajeto de quase 900 km.

Isso começa a afetar o posicionamento de algumas empresas. O CEO da Ford, Mark Fields recentemente anunciou o plano de “Smart Mobility” da empresa, reforçando que a empresa mais do que ser apenas uma empresa que vende carros, deseja ser uma empresa orientada a melhor experiência do usuário, focada em conectividade, mobilidade, veículos autônomos e big data.

Ainda há muita especulação e possibilidades tecnológicas no mundo da Internet das coisas, através de objetos conectados para quantificar e monitorar a automação de objetos da casa e de atividades, utilizando os smartphones e tablets como principal interface desses devices. Entretanto, casos de uso que realmente são focados em pessoas e não na viabilidade tecnológica são mais raros. Para as marcas, mais do que entrar rápido nesse mercado, é importante entrar corretamente.

2. Tudo mensurável

Com a Internet das coisas, atividades inimagináveis se tornarão mensuráveis. Entretanto, transformar essa infinidade de dados em informações relevantes e oportunidades reais de conexão e engajamento entre marcas e consumidores não é algo trivial.

3. Penetração

A queda de preços, a chegada de novos fabricantes e a revenda de aparelhos usados levará muitos novos usuários de menor renda à realidade mobile, representando não uma oportunidade, mas uma necessidade de marcas pensarem ou repensarem suas estratégias neste meio.

4. Transações Financeiras

Tanto as compras online através de devices mobile quanto pagamentos mobile no varejo físico ganharão força.
As sessões de apps de compras cresceram 180% em 2014. 63% dos clicks em Facebook Ads vieram de devices mobile. A CTR em devices mobile foi 39% maior que em desktops, demonstrando que os usuários aos poucos perdem o medo de realizar transações em seus smartphones e tablets.

Em 2016, esperam-se mais de 2 bilhões de dólares em transações online oriundas exclusivamente de devices mobile.
Com os sistemas operacionais predominantes iOS e Android viabilizando transações financeiras, a substituição dos pagamentos físicos (dinheiro, cartões) crescerá com velocidade nos próximos anos.

Outras transações financeiras também ganharão força, como envio de valores para amigos por meios menos tradicionais como redes sociais e apps, criando uma saudável e curiosa competição entre players super tradicionais, como bancos, e Paypal e start-ups como pic pay. Por fim, os gastos serão cada vez mais bem monitorados, como proposto pelo Nubank, Guia Bolso, Mint, etc.

5. Messaging

Apps de mensagem continuarão crescendo em ritmo acelerado. Os quatro principais apps do gênero (WhatsApp, Snapchat, LINE e WeChat) cresceram a uma taxa 15% por trimestre em 2014.

Desde a aquisição pelo Facebook, o WhatsApp acrescentou mais 200 milhões de usuários à sua base, atingindo a marca de 700 milhões de usuários ativos, que trocam aproximadamente 30 bilhões de mensagens por mês.

O Facebook Messenger, app dedicado exclusivamente à troca de mensagens entre usuários do Facebook, já possui mais de 500 milhões de usuários ativos.

Isso significa que em pouco tempo, apps de mensagens podem ser maior do que redes sociais e talvez justifique a compra do WhatsApp por US$ 22 bilhões e a tentativa de compra do Snapchat por US$ 3 bilhões pelo Facebook.

Resta entender qual será a movimentação das operadoras, que vêem dados e voz sendo transmitidos por esses novos meios.

6. Individualização e Hipercontextualização

Mais de 25% do tráfego da Internet vem de smartphones e tablets. De acordo com o Flurry, pela primeira vez, americanos passaram mais tempo em seus smartphones e tablets (177 minutos) do que com suas TVs (168 minutos). No Brasil, de acordo com a Milward Brown, usuários passam 150 minutos por dia com seus devices mobile e 113 minutos com suas TVs. Obviamente, há de se levar em consideração que frequentemente os dois devices são usados concomitantemente.
Significa que a audiência de massa está morrendo e lidar com indivíduos é muito mais difícil do que lidar com a massa. Isso demanda uma mudança completa de mindset. As empresas precisam entender que esse é um ponto de contato de SERVIÇO e não apenas de comunicação.

Mobile e meios digitais em geral permitem a coleta e análise de dados, possibilitando entender toda a jornada dos usuários e a partir dessa, desenhar estratégias alinhadas ao contexto, de forma preditiva.

Um dos grandes potenciais beneficiários da individualização é o varejo, com a possibilidade de ofertas hipercontextualizadas através de tecnologias de  geo-fencing, beacons, etc. Para isso é preciso ir além de simplesmente dados demográficos. É fundamental entender indivíduos como pessoas únicas através de inúmeros cruzamentos possíveis e muita inteligência artificial.

7. Marcas lançam produtos digitais

Marcas começarão a entender a diferença entre campanhas publicitárias e produtos digitais focados em necessidades humanas que permitem oferecer um ponto de contato completamente novo, expandindo a experiência de seus consumidores.

O mundo das marcas ainda é bastante guiado pelo pensamento de campanha proposto pelas agências. Esse pensamento tem valor para comunicação, mas não para a inovação real de produtos e serviços. O conceito de inovação em produtos e serviços digitais é pouco conhecido no Brasil.

A construção de produtos digitais tem característica perene, é centrada nas necessidades humanas e tem foco no longo prazo, por um processo interativo de inovação contínua através de investimentos constantes em análise e entendimento dos usuários.

De acordo com a Gartner, até o fim de 2015, mais da metade dos produtos tradicionais americanos terão extensões digitais nativas. Até 2017, 50% dos investimentos de produto serão direcionados para a inovação em serviços.


Diante de tais possibilidades, empresas tradicionais devem montar times próprios de produtos digitais, formar joint-ventures com empresas especializadas ou adquirir empresas orientadas à inovação digital. Como exemplo, recentemente, a Under Armour adquiriu a “Map My Fitness”, plataforma fitness com 20 milhões de usuários ativos, por US$ 150 milhões.

Gestores de marcas precisam entender  a diferença entre ter um app e ter uma estratégia digital mobile. Não estamos falando sobre campanhas tradicionais pontuais, mas sim sobre inovação radical em serviços.