A Blip apresentou nesta semana o Studio, a sua ferramenta de orquestração para a era dos agentes de inteligência artificial. Essa tecnologia combina duas funcionalidades anteriores da empresa de contatos inteligentes, o Builder, que tinha fluxo de trabalho determinístico, e o AI Agent, de construção de agentes de IA para conversas mais fluídas.
O Studio integra conversações estruturadas e com governança com a flexibilidade da IA. A sua concepção é orquestrar múltiplos agentes de IA para uma única conversa em um universo em que cada agente terá uma função específica, como agente de aquecimento de lead com outro de recuperação de endividados, por exemplo. Para isso, a Blip ainda disponibilizará templates de agentes prontos e observabilidade para monitorar o desempenho da IA e ferramenta de teste automatizado.
Em conversa exclusiva com Mobile Time durante o Blip ID na última quinta-feira, 4, o CPO e cofundador da empresa, Sergio Passos, explicou que o Studio é um salto para a Blip, que pretende ser o construtor de um futuro de milhares de agentes que precisam ser orquestrados com segurança: “Quando tivemos a visão do Studio, nós vimos um mundo de possibilidade e entregamos apenas 1% do que podemos fazer. Toda marca vai ter o contato inteligente em alguma plataforma conversacional”, disse.
“Tem a disputa do LLM de quem tem o modelo mais performático, mais inteligente. Tem a disputa dos canais, o WhatsApp é muito forte, mas o ChatGPT parece dar sinais que querem ser a principal interface de consumo. E tem uma camada de infraestrutura. Nós queremos abstrair e dar flexibilidade. Quando falamos de canais também tem uma disputa, mas as marcas precisam usar o melhor de cada canal”, completou.
O executivo reforçou que, em paralelo às disputas de canais e LLMs, há o cenário interno empresarial de que todo funcionário terá um agente de IA. Por isso, as companhias precisam garantir que estão usando o poder computacional, orquestrar o ambiente com AI agents, diversos casos de uso e entregar isso de forma fluida nos canais.
A plataforma foi construída para suportar diferentes canais, como WhatsApp, Facebook Messenger, Instagram, TikTok, integrando com atendimento humano. E embora seja construído inicialmente para o grande modelo de linguagem (LLM) da OpenAI, o Studio é agnóstico e em breve deve ter outros LLMs.
“Queremos dar ordem, estrutura e governança independente do caos que acontece no back-end. O cliente dela (empresa) vai continuar tendo a sensação de que está falando com uma marca que o entende, que conhece o histórico, que a minha conversa é diferente da sua, que é diferente da dela, porque lembra tudo que conversou e que essa conversa gere insights para a estratégia da empresa”, afirmou. “Então, nós queremos ocupar esse espaço entre o ambiente interno, a camada de infraestrutura e os canais. E tem muita coisa para a gente fazer. O estúdio é a pontinha do iceberg de tudo que podemos realizar”, relatou.
O Studio recebe ainda o Brain, uma opção para novas empresas criarem agentes de forma simples, um copiloto que ajuda a construir na interface conversacional. Um exemplo de empresa que usou o Studio ainda em período de testes foi a Peugeot, que, a partir de uso de múltiplos agentes para qualificação em tempo real e reengajamento obteve aumento de 12% de leads prontos para comprar veículos.
Blip em marketing e pagamentos
Outras novidades apresentadas pela companhia no evento são as ferramentas Blip Market e Blip Payments. O Marketing serve para gerenciamento de campanhas de marketing por meio de interfaces conversacionais e o Payments, para integrar nas conversas.
“O Blip Marketing pode começar com anúncio, conversa de qualificação, até o ponto que converte na campanha. Várias ferramentas para metrificar e atribuir a origem de cada lead. Blip Market é o ROAs (retorno de investimento sobre o anúncio)”, disse Passos. “O Blip Market entrega o poder para as agências. É a melhor ferramenta para as agências olharem para o conversacional como o que mais converte”, explicou.
Em pagamentos, o CPO disse que ainda estão construindo um ecossistema de soluções para simplificá-los: “Temos um hub de integração de vários meios de pagamentos. O cliente traz o gateway de pagamentos. Essa evolução do produto ajuda a atender pequenos negócios. É uma solução all-inclusive”, disse. “O foco é na experiência do cliente. Hoje uso infraestrutura de parceiros, mas o front-end é nosso. A Blip controla a experiência e os parceiros entram com a infraestrutura e autorização do pagamento”, detalhou.
Imagem principal: CPO da Blip, Segio Passos (Leo Lara/Divulgação)