A IDC América Latina estima que as redes celulares privativas no Brasil vão superar US$ 220 milhões em receita em 2024, se considerar apenas linhas de infraestrutura wireless, serviços profissionais e serviços gerenciados. A informação foi apresentada por Luciano Ramos, diretor de telecom na empresa de análise de pesquisa, nesta terça-feira, 6.

O executivo prevê que o uso das redes móveis avançará em mais verticais de negócios e será realidade para empresas neste ano. O executivo também aposta que vai haver o início de oferta de um novo modelo de negócios, o network as a service (NaaS). Entre os setores citados, estão: manufatura; portos; aeroportos; saúde; mineração; segurança pública; e cidades inteligentes.

Além disso, Ramos citou dados de uma recente pesquisa da IDC feita com gestores em outubro de 2023 que apontou:

  • 48% dos líderes de TI já foram abordados sobre redes privativas, mas apenas 6% têm conhecimento profundo sobre o tema;
  • Entre 50% dos gestores que adotaram redes privativas, os fatores para usarem a tecnologia foram: o aumento do desempenho, a ampliação dos recursos, a gestão de redes e o alcance da conectividade.

O diretor da IDC lembrou ainda que embora seja uma posição relevante, há uma reclamação do setor sobre a falta de um ecossistema para oferecer soluções fim a fim.

IoT

Além das redes privativas, a IDC também projeta um avanço em Internet das Coisas. A pesquisa de outubro revelou que 50% das empresas estão em fase de planejamento ou prova de conceito em IoT, sendo que 34% das pequenas e médias querem avançar em projetos de IoT nos próximos dois anos. Se considerar apenas o governo, a expectativa de projetos ou PoCs de Internet das Coisas é da ordem de 50%.

Ramos afirmou ainda que IoT terá uma receita expressiva dentro do mercado brasileiro em 2024, o equivalente a US$ 1,7 bilhão em hardware, software e serviços de conectividade.

Redes e edge

O diretor de telecom da IDC prevê um novo momento em soluções de observabilidade de rede que devem avançar em ambientes hiperconectados, que demandam mais gestão e que terão inteligência artificial para analisar degradações e anomalias na rede. As soluções on-premise de gerenciamento de redes perderão espaço para soluções em nuvem, que devem crescer 24% ano contra ano até 2027. Para 2024, a IDC estima que a receita com produtos de software será de US$ 210 milhões.

Sobre computação em borda, Pietro Delai, diretor de empresas na IDC, afirmou que o foco em produtividade (demanda citada por 47% das empresas) trará novos modelos de negócios, como o custo dinâmico para facilitar a implantação. Explicou ainda que petróleo, gás, manufatura, mineração, começam a avançar em edge devido à necessidade de processar informações de novas tecnologias como 5G, IA e IoT.

Com isso, Delai afirmou que o ambiente edge (hardware, software e serviços) deve absorver US$ 4 bilhões até 2025 no Brasil.

No total, a expectativa do setor de telecom para o Brasil em 2024 é de um crescimento de 3,4%, em um resultado alavancado pelo “crescimento de dados fixos e dados móveis”, como completou Luciano Saboia, country manager da IDC Brasil.

Crédito: imagem produzida por Mobile Time com IA generativa