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Executivos de Neo, Um Telecom e Vero (crédito: Marcelo Kahn/Mobile Time – Teletime)

[Atualizado no dia 20/04/2022 com atualização da Um Telecom que a MVNO parceria será em Pernambuco, não no Ceará] As provedoras Um Telecom e Vero Internet descartaram a entrada no leilão do 5G por avaliarem que os valores dos espectros estavam muito altos para as suas operações. Executivos das duas empresas revelaram durante o Fórum de Operadoras Inovadoras nesta quarta-feira, 6, que estudaram a quinta geração e as frequências oferecidas pela Anatel.

Segundo Fabiano Ferreira, CEO da Vero, a companhia cogitou o 5G para avançar das redes fixas para as móveis. Contudo, explicou que não encontraram “equilíbrio econômico-financeiro nesse modelo”. Ainda assim, o executivo acredita que a companhia deva entrar nas redes celulares em algum momento mais oportuno.

“Vai surgir uma oportunidade de a Vero entrar nesse modelo de negócio como MVNO”, disse o CEO. “Sempre somos procurados (para montar uma operadora móvel virtual), mas não achamos o equilíbrio financeiro. Mas é uma questão de tempo. Talvez em dois anos tenhamos uma operação robusta”, completou.

Por sua vez, Daniel Gomes, COO da Um Telecom, explicou que estudaram as diversas frequências regionais, mas o plano de negócios ficava “super negativo”. Gomes lembra que muitos blocos regionais ficaram sem bid no certame do ano passado. Ainda assim, Gomes acredita que as conexões celulares são uma “evolução natural” para as provedoras regionais que oferecem rede fixa.

Ainda assim, o COO confirmou que a sua provedora fará dois lançamentos em redes celulares neste ano, uma MVNO em Pernambuco e outra rede voltada para IoT, ambas com parceiros regionais.

Na associação Neo, o diretor geral, Rogerio Dalemolle, afirmou que possui 22 de 200 empresas associadas que lançaram MVNO com diferentes parceiros recentemente. A maioria desses participantes com operadoras virtuais estão no nordeste do País.

FWA

Os profissionais dos dois provedores regionais também abordaram a possibilidade de oferta de Fixed Wireless Access (FWA) com 5G. Em sua visão, Gomes explicou que o problema do FWA é similar àquele encontrado no leilão do 5G: a conta precisa fechar. Em especial em um mercado em que a fibra ótica domina e ainda tem muito mercado para penetrar.

Por sua vez, Ferreira se baseia no mercado norte-americano para lembrar que o FWA cresce forte com Verizon em regiões rurais, mas o CAPEX é alto. Ele acredita que o caminho será similar no Brasil, com FWA podendo ser alternativa em regiões onde a fibra não chega. De todo o modo, a fibra ótica segue em ritmo de crescimento em regiões de densidade mediana no País.