Xiaomi

Luciano Barbosa, head do projeto Xiaomi Brasil. Foto: divulgação

A parceria da Xiaomi/DL buscará preencher a lacuna da saída da LG no mercado de handsets brasileiro, algo que passa por transformar a linha Redmi da Xiaomi no equivalente ao LG K, o smartphone da fabricante sul-coreana que disputava mercado no Brasil ao lado de Moto G, da Motorola, e Galaxy A, da Samsung.

Em conversa exclusiva com Mobile Time, Luciano Barbosa, head do projeto da Xiaomi Brasil, disse que mira um esforço “fora do comum” para alcançar esse market share da LG, que chegou a 12% do mercado nacional em 2020, segundo a IDC: “Estamos trabalhando para que possamos ofertar produtos nessa lacuna”.

“O nosso principal indicador é a venda na ponta. Não é o envio ao mercado. Vamos trabalhar na lacuna que a LG deixa e, principalmente, com foco na posição do produto no varejo. Nós confiamos no produto e queremos colocá-lo na mão do brasileiro”, completou o executivo.

Por trás dessa estratégia, Thiago Araripe, gerente de marketing da companhia, explicou que a marca trabalhará o relacionamento do consumidor com seus produtos, uma vez que o esforço de marketing feito nos últimos dois anos posicionou a Xiaomi como uma das empresas mais lembradas pelos compradores no Brasil.

“Nós somos bem posicionados no top of mind do brasileiro. Mais de 90% falam da Xiaomi. É o maior índice da marca na América Latina. Queremos transformar esse conhecimento em conversão”, disse Araripe em relação a uma pesquisa de mercado feita pela empresa.

“Em 2021, o meu trabalho é fazer o brasileiro considerar o Redmi Note 10 como ‘o’ seu produto. O foco esse ano é expor mais o nosso produto. Nessa estratégia de ser o ‘novo LG K’, vamos trabalhar a facilidade de comprar um smartphone e se integrar com o ecossistema AIoT (Artificial Inteligence of Things) da Xiaomi”, completou o gerente de marketing.

Estratégia

Para chegar a esse objetivo, a companhia mudou recentemente parte de sua estratégia. Com intuito de dar mais robustez ao negócio, a área operacional da Xiaomi/DL deixou Minas Gerais e mudou-se para São Paulo. A empresa freou a estratégia de lançamentos de lojas na pandemia do novo coronavírus, em contrapartida, firmou parceria com as operadoras Claro (em desenvolvimento) e Vivo e com a rede varejista Via Varejo.

Por meio dessa nova interação, a marca chegou a 7 mil pontos de vendas devido à parceria com Casas Bahia. Ainda assim, Barbosa explica que a abertura de lojas próprias da Xiaomi deve voltar, eventualmente, com a redução das restrições e melhoria das condições sanitárias no Brasil. O mix de vendas da companhia hoje no Brasil está em: 70% no varejo, 22% no e-commerce e 8% nas operadoras.

Sobre o plano de produção no Brasil, não há novidades. O estudo ficará parado até o final da pandemia.

5G e Wi-Fi 6E

Outro tema da conversa foi a chegada de novas tecnologias no mercado celular, como 5G e Wi-Fi 6E.  Neste cenário, Barbosa explicou que ainda não é o momento de trazer smartphones com essas redes para o Brasil. Mesmo com a rival Motorola avançando neste campo, a Xiaomi preferiu não lançar smartphones até maio de 2021 com a tecnologia de quinta geração móvel.

“O 5G é uma tecnologia interessante, mas o nosso público troca de produto com alguma regularidade. Temos outros aparelhos que virão. Futuramente, vamos trazer modelos com 5G para o Brasil, inclusive no padrão de Release 16”, afirmou o head da iniciativa. “O 5G pode chegar na estratégia de trazer um super flagship ou reduzir um intermediário premium com modem 5G, por exemplo. O importante é que queremos ser bem conservadores. Estamos com presença de produtos na Vivo e Claro. E temos testes para mostrar o que os produtos são capazes de trazer”, completou.

Em relação ao Wi-Fi 6E, Barbosa explicou que, assim como acontece com dispositivos 5G, há testes com parceiros em curso e em breve serão vendidos no Brasil.