O tarifaço imposto pelos Estados Unidos não deverá impactar os negócios da TIM, mas a operadora teme que o custo dos smartphones aumente por conta das medidas do governo de Donald Trump. Durante coletiva de imprensa sobre seus resultados financeiros nesta terça-feira, 6, os executivos da empresa comentaram também sobre PGMC, direct-to-device e a importância do segmento IoT.

“Movimentações globais sempre podem impactar e estamos atentos e em constantes conversas com nossos parceiros e fornecedores para capturar eventuais impactos que possam se materializar. Mas na nossa cadeia de insumos os fornecedores são europeus ou chineses e, por isso, estamos com uma posição de risco relativamente controlada. Já fechamos contratos com a Nokia e com a Huawei para a expansão das redes 4G e 5G. Mas uma outra área que pode ser impactada é a dos smartphones”, comentou Alberto Griselli, CEO da TIM.

De acordo com o executivo, há um aumento de escala natural dos dispositivos 5G, que tende a baratear os smartphones como a entrada no Brasil de novos fabricantes de handsets, o que torna o mercado mais competitivo e pode acabar ajudando para que os preços não ganhem tanta tração. “Isso não ameniza o problema das tarifas, mas do ponto de vista do consumidor, sim, ajuda, e garante a portabilidade do smartphone”, contou.

Griselli lembrou que a empresa consome mais insumos que dependem da economia local e Andrea Viegas, CFO da TIM, confirmou que boa parte da infraestrutura é nacionalizada. “Dificilmente teremos um impacto. E não importamos dos Estados Unidos nada diretamente”.

B2B da TIM

Os executivos também comentaram sobre o avanço do segmento B2B de Internet das Coisas da TIM, que soma R$ 273 milhões em receita contratada nos últimos 12 meses.

De acordo com os dados apresentados no balanço financeiro da empresa, no agronegócio, a operadora soma 21 milhões de hectares conectados com rede 4G e projeta chegar até o fim de 2025 com 26 milhões; em parcerias público-privada para iluminação inteligente de cidades, a operadora chegou a 360 mil pontos de iluminação no País; em utilities, conectou 80 mil medidores inteligentes de energia, 60 mil de água e 5 mil de gás; e, em rodovias, chegou a 6 mil quilômetros.

“Nosso pipeline continua forte, em especial no setor de utilities. Há muitas empresas querendo digitalizar seus serviços”, comentou Griselli.

PGMC

Os executivos também comentaram brevemente sobre o PGMC. Para a TIM, o Plano Geral de Metas de Competição racionaliza o mercado de operadoras.

Griselli lembrou que a empresa está aberta a novas entrantes – operadoras móveis virtuais – e detém, por meio de parceria com a Surf Telecom, cerca de 70% da base ativa do país das MVNOs.

“Sempre fomos abertos às MVNOs com uma proposta de valor para um público específico – como torcedores do Flamengo, Correios e algumas marcas que querem enriquecer sua proposta de valor”. Griselli explicou que a TIM sempre foi aberta ao modelo por acreditar que elas são complementares – de nicho. “A parceira Surf consolida boa parte do mercado no Brasil. Seremos abertos desde que continue saudável para o setor. Até então, está sendo”.

“O PGMC racionaliza o setor de operadoras no Brasil. Um competidor que entre no mercado sem espectro precisa aproveitar as ofertas no atacado das operadoras existentes. E a TIM é uma das mais proativas nesse sentido”, afirmou Mário Girasole, VP de relações públicas da companhia. “A coisa boa do PGMC é que ele enfrenta questões que foram polêmicas nos últimos anos, mas que devem ser definitivamente, como o roaming permanente entre outras coisas. É uma racionalização. Para a gente a MVNO é um instrumento de negócio interessante e uma forma de rentabilizar o nosso investimento em rede”, complementou.

D2D

Com relação ao uso de satélite para atender clientes finais ou empresas, a TIM disse analisar a alternativa.

A operadora já utiliza a conectividade satelital para a construção de backhaul, mas agora também avalia a possibilidade de oferecer a seus clientes o direct-to-device (D2D).

“Nós já utilizamos conexão satélite para conectar nossas estações rádio-base. Estamos analisando, sim, o tema D2D para prover conectividade direta, haja vista que a cobertura territorial do Brasil por celular é uma porcentagem relativamente baixa, com menos de 20% do território do país coberto por sinal de celular. Portanto, sim, estamos analisando, acompanhando de perto e assim que tivermos uma novidade contaremos para vocês”, afirmou o CTO da empresa, Marco di Costanzo.

 

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