O ano de 2023 foi difícil para o mercado de eletrônicos com quedas de 10% a 15% em qualquer categoria, informou Silvio Stagni, CEO da Allied. Durante o Allied Day, evento para investidores da empresa organizado nesta quarta-feira, 6, o executivo explicou que isso aconteceu pela mudança no comportamento do consumidor no pós-pandemia e pelo custo de acesso ao capital.

O CEO explicou que os consumidores compraram mais equipamentos eletrônicos no auge da pandemia, mas esse consumo freou com o retorno ao presencial. Além disso, o usuário também passou a comprar mais online, o que tem afetado as vendas no varejo presencial. E sobre o custo do capital, Stagni relatou que isso influencia no financiamento e no custo das empresas para prover financiamento.

Com este cenário, a Allied precisou se diversificar: “Estamos em um ano difícil no mercado de eletrônicos, mas agimos com disciplina, sem renunciar à rentabilidade e focamos em crescimento a partir da inovação e da geração de caixa”, disse.

Entre os “diversos drivers de crescimento”, a distribuidora tem mirado na expansão internacional, distribuição para empresas (B2B), recondicionados com a Trocafy, crescimento no Soudi e iniciativas inovadores com HP e Acer (loja no Mercado Livre). Ou seja, o mix de receita ficou mais amplo.

“Com isso, nós acreditamos que vamos continuar com uma história de sucesso, crescimento e lucratividade”, completou Stagni, ao lembrar que a companhia registrou R$ 78 milhões de lucro líquido no acumulado de 12 meses até setembro de 2023.

Ainda assim, a distribuidora manteve no terceiro trimestre de 2023 market share relevante em smartphones (8%), notebooks (8%), tablets (7%) e videogames (28%) no Brasil.

Dias de luta, dias de glória

Silvio Stagni, CEO da Allied (esq.) e Ricardo Kamel, CEO da HP (crédito: Allied/Zoom)

Um dos parceiros da Allied nessa jornada, Ricardo Kamel, CEO da HP no Brasil, acredita que o atual momento é difícil, mas está longe de ser uma crise, se comparada com os últimos quatro anos que foram agravados pela Covid-19: “Não posso falar de crise, ainda mais depois da pandemia. Não posso falar que 2024 será ruim”, afirmou.

“Vamos trabalhar bastante e trazer soluções. Vejo um cenário com queda de juros, estabilização e mudança no comportamento de compra do consumidor. Vimos a dificuldade em 2023, mas ela não veio de 2023, mas de um histórico de 15 anos atrás. Portanto, 2024 será melhor que 2023”, completou Kamel.

Imagem principal: Silvio Stagni, CEO da Allied  (crédito: Allied/Zoom)