A notícia chegou este mês, surpreendendo muita gente: o Snapchat agora é mais popular que o Twitter no mercado americano para a faixa dos 18 aos 34 anos, com presença em 33% dos smartphones, o que lhe confere um impressionante terceiro lugar na acirrada disputa na área de mobile, ainda mais levando-se em conta os dois primeiros lugares (Facebook, 76%, e Instagram, 43%) e o fato de que a rede recém-ultrapassada é um gigante consagrado como o Twitter, com 24%.

E não é um fenômeno restrito a essa faixa etária: a popularidade do app também está crescendo na faixa dos 25 aos 34 e no grupo dos acima de 35 anos, só que não tão rápido quanto entre os mais jovens. Desde novembro de 2013, a adesão à rede mais que dobrou. No Brasil, o aplicativo já é febre entre pré-adolescentes e adolescentes. Portanto, não resta mais dúvida: apesar de menos conhecido por aqui, o Snapchat não vai desaparecer – como acontece com suas mensagens – tão cedo.

Para quem ainda não conhece, o Snapchat é uma rede social exclusivamente mobile pela qual você envia textos, fotos, desenhos e vídeos curtos que vão existir por, no máximo, 24 horas no celular de quem recebe. Ou, às vezes, por apenas alguns segundos; você escolhe o tempo antes de enviar. Depois disso, o conteúdo desaparece. Para sempre.

Conversamos com jovens brasileiros de 14 a 18 anos para compreender a rede social que passou o Twitter:

"O legal é que tem como mostrar na hora, para todos, o que você está fazendo, onde e com quem você está." Gabby M., 14 anos.

"A vantagem do Snapchat é que você pode mandar uma coisa e ela nunca mais vai ser vista." Matheus C., 16 anos.

"Uma amiga minha tem uma ratinha branca e sempre manda "snaps" dela. Geralmente, são os mais legais. Quanto mais aleatório, mais engraçado." Danielle S., 18 anos

"Ultimamente, mando fotos de coisas que acho interessante, e gravo vídeos só se for algo bem legal que eu queira que meus amigos vejam." Alanis L., 14 anos

A proposta inusitada funcionou. Tanto que algumas marcas perceberam o potencial de engajamento e começaram a explorá-lo. Lá fora, a MTV, o McDonald's e a WWF são exemplos disso. A MTV anunciou os indicados ao VMA em primeira mão pelo app.

O McDonald's revelou os bastidores de uma nova campanha que tinha o jogador de basquete LeBron James como um dos protagonistas.

E a WWF criou uma campanha em prol de espécies selvagens ameaçadas de extinção, a #LastSelfie, cujas imagens dos animais sumiam para sempre depois de segundos. No Brasil, o app já começou a atrair marcas, apesar de ainda timidamente.

"Se uma marca mandasse um "snap" chato, eu excluiria ela na hora." Rhaysa M., 16 anos

Conversamos com adolescentes brasileiros heavy-users para entender melhor como eles usam o app e como vêem a presença das marcas na rede, e identificamos 5 insights úteis para clientes e agências que pretendem investir no Snapchat.

5 insights sobre o Snapchat baseados no adolescente brasileiro

1. A galera curte compartilhar bobagens, qualquer coisa que seja fofa, nonsense ou engraçada, bem como descobertas legais, fofocas, segredos e momentos aleatórios.

2. Sua marca no Snapchat tem que se comportar como qualquer amigo se comportaria. O segredo é entrar na vibe. Do contrário, será alvo de deboche ou será ignorada.

3. Celebridades mostrando algo que não está em nenhum outro lugar, bastidores de eventos e acesso antecipado a alguma informação ou produto: tudo isso funciona.

4. Ofereça descontos especiais ou anuncie vantagens exclusivas para quem usa a rede.

5. Promova concursos relâmpago baseados nas mecânicas próprias da rede, como desenhos sobre fotos e vídeos, e o recurso "Minha história". Vai ser S-U-C-E-S-S-O. Nem que seja por apenas alguns segundos.