A Appcelerator é famosa pela plataforma de desenvolvimento de apps móveis Titanium, que permite a criação de aplicativos nativos em Android, iOS e Windows 10 a partir de um código em Javascript. Mais de 700 mil desenvolvedores utilizam a Titanium no mundo, sendo 900 no Brasil. Porém, é com outros dois produtos que a empresa quer crescer no País: uma ferramenta de análise de performance de aplicativos móveis e uma plataforma de integração de apps com APIs de terceiros.

"A Appcelerator suporta todo o ciclo de vida de um app, desde o desenvolvimento e a integração com bancos de dados internos ou externos até a parte de analytics. É uma visão holística do ciclo de vida do app. Entendemos que existe muito foco em desenvolvimento, mas para um app se diferenciar da concorrência precisa dar atenção à integração e ao analytics", explica o country manager da Appcelerator no Brasil, Fernando Ferreira.

A ferramenta da Appcelerator de análise de performance de um app indica incidência de crashes, latência e eventuais questões relacionadas à conexão com sistemas legados, conseguindo chegar até a apontar uma linha de código que esteja com problema. Também oferece uma leitura com viés de negócios, identificando quem são os usuários ativos, seu tempo médio de sessão, quais as telas mais visualizadas, qual o caminho percorrido até chegar ao objetivo principal do app (gerar uma venda ou um lead, por exemplo). E procura analisar os usuários e classificá-los de acordo com a utilização do app: quantos abriram uma vez e nunca mais usaram o app?; Quantos abrem todo dia mas não geram conversões?; Quantos abriam recorrentemente e depois pararam? etc.

"É surpreendente como grandes empresas, com milhões de usuários, enxergam pouco do que acontece dentro dos seus apps. Várias ainda usam o download como métrica principal, enquanto sabemos que o mais importante é a quantidade de usuários ativos ou engajados", comenta o executivo.

O alvo da Appcelerator com sua ferramenta de análise de apps são exatamente empresas de grande porte. Sua meta é ter ao longo dos próximos 12 meses pelo menos um grande cliente em seis segmentos diferentes: financeiro, telecomunicações, m-commerce, mPOS, governo e seguros. Um grande banco brasileiro já é cliente e uma operadora de telecom está em fase avançada de negociação para integrar seu app de recarga. "Cada segundo que um app de recarga passa fora do ar impacta diretamente nos resultados de negócios. O mesmo vale para apps de mPOS e m-commerce", argumenta Ferreira.

A Appcelerator vende a sua ferramenta de análise de duas formas: licenciamento por usuário ou software as a service (SaaS), com uma cobrança de mensalidade. O mesmo vale para a plataforma de integração de APIs, chamada Arrow. A Titanium, por sua vez, adota um modelo freemium: sua utilização é gratuita, mas para publicar o app criado nas lojas da Apple, Google e Microsoft é preciso pagar US$ 36. Mais de 100 mil apps já foram publicados a partir da Titanium. Entre eles estão o app do Citibank nos EUA e o app do MyThompson, uma espécie de Decolar.com da Europa.