A empresa chinesa DingLi, especializada em otimização de redes sem fio, chegou ao Brasil neste ano em busca de oportunidades advindas da implantação da rede de quarta geração (4G). A apresentação formal da empresa ao mercado brasileiro ocorreu há pouco menos de um mês, durante a Futurecom, mas as apostas no sucesso de suas soluções parecem otimistas: a expectativa da chinesa é conquistar entre 20% e 25% do mercado de medição de rede sem fio até o início de 2013. Considerando-se que hoje o market share da DingLi no Brasil é zero, pode-se perceber que se trata de um objetivo relativamente ambicioso. O diretor de vendas para a América Latina, Marcello Sarmanho, explica o porquê da aposta no Brasil: “Com a chegada da LTE no País, todas as operadoras e prestadoras de serviço de testes e medição de rede demandarão os tipos de soluções ofertadas por nós. A chegada da tecnologia móvel de quarta geração é uma excelente oportunidade para entrarmos no mercado brasileiro, já que as operadoras vão precisar medir o volume de tráfego da rede e a qualidade do sinal”.

A entrada no mercado brasileiro está inserida na estratégia da empresa de tornar sua atuação global. Segundo Sarmanho, a DingLi atende 60% do mercado de testes e medições de rede na China, com clientes como a Ericsson, a Huawei e a operadora China Mobile. Há três anos, optou pela abertura de capital na bolsa e iniciou expansão para países como Estados Unidos, Índia, Suécia e Malásia. Na América Latina, a empresa concentra-se, sobretudo, na Colômbia, no Brasil e na Argentina, justamente em razão do potencial da rede 4G. “Nosso crescimento nesses mercados dependerá do ciclo implantação da LTE”, ressaltou Sarmanho. Para o diretor de vendas, os megaeventos no Brasil (Copa do Mundo e Olimpíadas) favoreceram a vinda da empresa: “Esses megaeventos são catalisadores da tomada de decisão das operadoras”, opinou. 

As apostas da DingLi para conquistar clientes no Brasil são as soluções voltadas para a análise de desempenho e qualidade das redes. “Oferecemos tanto produtos para a coleta de dados, como para o pós-processamento e análise”, explica Sarmanho. Para a captura de dados, a empresa oferece os softwares Pilot Pioneer e Pilot Walktour, que pode ser carregado em diversos modelos de smartphones e sistemas operacionais. Para Sarmanho, esse é um diferencial da DingLi no mercado, segundo ele, ainda muito atrelado aos aparelhos da Nokia: “Nosso software roda em equipamentos de diversas marcas e é compatível com Android, Windows Mobile, iOS e Symbian”, argumentou. O pós-processamento e a análise ficam por conta do Pilot Navigator, que, a partir dos dados recebidos, exibe métricas-chave para cenários de comparação (benchmarking) e gera uma série de relatórios.

O diretor de vendas da DingLi para a América Latina explica que, pelo modelo de negócios no Brasil, na hora de vender suas soluções, a empresa chinesa tem como foco as prestadoras de serviço de testes e medições de rede, mas se preocupa em manter o diálogo com as operadoras móveis e com os fabricantes de equipamentos (estações radiobase), que também são clientes em potencial.