O Brasil é uma das grandes apostas da Prove, empresa norte-americana especializada em soluções de identificação digital centrada no número celular do usuário. Instalada no País desde fevereiro do ano passado, a Prove tropicalizou sua solução, adaptando-a à realidade brasileira. Em 2023 o Brasil já será o seu segundo maior mercado no mundo em valores de contratos anuais (ACV, na sigla em inglês), atrás apenas dos EUA.

Nos mercado norte-americano, a Prove atende a oito dos dez maiores bancos e a duas das três maiores empresas de saúde, processando mais de 20 bilhões de transações por ano. No Brasil, seu foco está principalmente nos setores financeiro, de seguros, de pagamentos, de apostas, e de saúde. A bandeira de cartões Elo é um dos seus primeiros grandes clientes no País.

Número telefônico no centro

A solução da Prove de identificação digital é ancorada principalmente em dados sobre a utilização do número celular do usuário. É verificado em tempo real se o consumidor tem a posse do número telefônico com o qual está realizando um cadastro ou compra. E é avaliada também a reputação daquele número: há quanto tempo pertence àquela pessoa; se houve troca recente de SIMcard etc. Enquanto soluções de biometria facial requerem uma boa qualidade de câmera no smartphone para identificar o usuário, uma solução centrada no número telefônico não depende do modelo do aparelho, destaca Paulo Nascimento, diretor sênior de vendas na América Latina da Prove, em conversa com Mobile Time.

“O Brasil é um país continental em que mais da metade da população tem um telefone simples. Muitos softwares de prova de vida declinam uma pessoa por causa da baixa qualidade da foto. Nós somos totalmente agnósticos quanto ao aparelho. O que importa para mim é o número do celular”, explica o executivo.

É checado também se aquele número está sendo efetivamente usado por um dispositivo móvel. “Há fraudes por chatbot, que emulam um número de telefone e saem tentando abrir contas laranja massivamente. Mas usam VoIP em vez da rede móvel”, descreve.

Paulo Nascimento, da Prove: “Identidade digital não é apenas para prevenção a fraude”

A análise da Prove é feita em milissegundos e de maneira silenciosa, o que reduz a fricção. Uma novidade a ser lançada em breve é a possibilidade de adiantar o preenchimento de um cadastro com informações pessoais do usuário a partir da identificação do seu número celular e do cruzamento com outras bases de dados.

“A experiência do cliente é fundamental para garantir crescimento e rentabilidade. Identidade digital não é apenas para prevenção a fraude. Damos ao cliente uma ótima experiência, sem fricção. Não precisa mais equilibrar crescimento e segurança. Em outras soluções, as empresas aumentam o risco para poderem crescer, mas aí aumentam também as fraudes”, compara.