A Getrak está próxima de atingir a marca de 1 milhão de itens monitorados através de suas soluções de rastreamento para Internet das Coisas (IoT). São hoje 850 mil itens conectados à sua plataforma, a grande maioria veículos: 400 mil carros, 300 mil caminhões, 120 mil motos e 20 mil tratores. Há também, em menor quantidade, monitoramento de cargas valiosas e de máquinas – até vacinas para Covid-19 estão sendo acompanhadas pela empresa. Com um crescimento líquido de 25 mil itens por mês, a companhia espera chegar ao fim do ano com uma base entre 900 mil e 1 milhão de objetos conectados. E a projeção é chegar a 1,5 milhão em 2022, informa seu CEO e fundador, Frederico Menegatti, em conversa com Mobile Time.

“Esses números colocam a gente no top 10 mundial, e líderes isolados em itens conectados de IoT na América Latina”, afirma o executivo. Entre os clientes da Getrak estão seguradoras, locadoras de automóveis, empresas de segurança e proteção veicular etc. Ao todo, 1,1 mil empresas utilizam a plataforma da Getrak.

Frederico Menegatti, CEO da Getrak: “Percebemos que se não colocássemos uma camada de inteligência as operações não iriam escalar”

Junto com o aumento da base, a companhia vem investindo em adicionar inteligência artificial à sua plataforma. “Percebemos que se não colocássemos uma camada de inteligência as operações não iriam escalar”, comenta Menegatti. A primeira experiência começou há cerca de dois anos e tem como objetivo ajudar no combate a roubo e furto de veículos. Ao monitorar um carro 24 horas por dia, a solução vai aprendendo, ao longo do tempo, por onde o veículo costuma transitar e como seu motorista costuma conduzi-lo. A partir de uma determinada massa de dados, a inteligência artificial percebe mudanças no comportamento daquele condutor, o que pode ser indício de que o automóvel foi furtado ou roubado, comunicando a uma central de segurança às vezes antes mesmo de o motorista fazê-lo. “Estamos com uma assertividade próxima de 60%. Mas queremos passar de 80%”, relata.

A Getrak pretende adotar inteligência artificial também para a segurança de motoristas de caminhões. Acompanhando a forma como dirigem, será possível evitar acidentes. Também é possível aplicar a tecnologia na prevenção a fraude e roubo de cargas.

Dispositivos e redes

Os dispositivos da Getrak são fabricados na China e na Lituânia. Hoje, 99,5% dos itens monitorados pela empresa transmitem dados através de redes 2G, com uma média de 2 MB a 3 MB trafegados por mês cada. São usados SIMcards de várias operadoras, incluindo MVNOs, como Arqia e NLT. Em muitos casos, é a própria Getrak quem cuida dos contratos com as teles, administrando hoje cerca de 300 mil linhas móveis ativas.

A tendências para os próximos anos, contudo, é que outras tecnologias ganhem espaço na base da Getrak. A projeção é de que CAT-M, Sigfox e LoRa respondam por 20% do total de itens conectados da empresa ao fim de 2022. O CAT-M está sendo fomentado pelas operadoras móveis para substituir o 2G, pois faz um uso mais eficiente de espectro em aplicações de IoT. E as tecnologias Sigfox e Lora servirão para aplicações que trafeguem menos dados e cujos dispositivos requeiram maior duração de bateria. Menegatti cita três exemplos: monitoramento de mochilas escolares; de carrinhos de limpeza urbana; e de baterias em torres celulares.

A Getrak vende sua solução como um serviço, cobrando mensalidade de acordo com a quantidade de itens conectados. “O cliente não precisa ter data center, nem desenvolvedor. Só insere as informações na plataforma e consegue monitorar os itens em tempo real”, descreve.