A Movile realizou um novo aporte financeiro na empresa de transporte e logística colombiana Mensajeros Urbanos, o primeiro desde o começo da crise do novo coronavírus. Em conversa com Mobile Time nesta quarta-feira, 8, Patrick Hruby, CEO da Movile, explicou que a injeção de capital é para ajudar a startup em seu crescimento na América Latina.

Atualmente, a companhia atua na Colômbia e busca expandir seus negócios e atuação para o México, além de instalar 50 armazéns nas principais cidades em que opera: “Nós já fizemos investimentos neles (Mensajeros Urbanos) desde 2017. É uma empresa que vem crescendo, com um resultado positivo. Agora, ela precisa de aporte para continuar crescendo e ter uma nova fase de expansão”.

O executivo da Movile lembrou que um dos diferenciais da empresa latina é o uso da inteligência artificial para definir rotas e tipo de veículo que fará a entrega. Entre as frentes de entregas em que a startup atua estão e-commerce, pacotes, delivery de comida e até bens de consumo para pequenas vendas.

“O Mensajeros Urbanos tinha um mapa de crescimento e os resultados se mostraram mais acelerados que antes. Com esse investimento, eles terão novos serviços, mais tecnologia e expansão geográfica”, afirmou Hruby. “Também notamos que as tendências de crescimento (da startup) estão se acelerando agora. Isso acontece porque mais pessoas querem que suas compras cheguem mais rápido”.

O CEO da Movile explicou que o aporte não é uma aquisição e, com isso, a Mensajeros Urbanos seguirá independente e com Santiago Pineda como seu CEO. No entanto, Hruby afirmou que trará a empresa de logística mais para perto do ecossistema da Movile. Entre as ações planejadas estão acelerar apoio à cultura organizacional, otimizar o departamento de recursos humanos para contratar novos membros e, eventualmente, fazer fusões e aquisições de empresas menores.

Sobre uma eventual sinergia entre Mensajeros Urbanos e outras plataformas da Movile, como iFood ou Domicilios.com, o CEO reconhece que é possível ter algo no longo prazo, mas não há programação neste momento para as companhias: “Neste ecossistema, as empresas funcionam de forma independente. Uma não depende da outra. Mensajeros Urbanos não depende de Domicilios, iFood, Wavy, ou qualquer outra firma. Dentro do ecossistema, ela pode ajudar nos objetivos da vertical de comida e tem o potencial de crescer com iFood e Domicilios. Mas ela é independente”.

“Nós juntamos os CEOs (do ecossistema Movile) para ver o planejamento estratégico. Ver as oportunidades e os potenciais de sinergias para cada um alcançar seu objetivo mais rápido. Mas hoje o objetivo do Mensajeros Urbanos é fazer muito bem logística na Colômbia e no México com 1,2 milhão de entregas por mês e apoio de inteligência artificial”, completou. “Caso tenha oportunidade adiante, nós vamos explorá-las”.

Momento

Hruby falou ainda sobre o momento atual da companhia, que começa a caminhar com cautela para uma nova fase na crise pandêmica. O CEO da Movile explicou que a empresa está “começando a virar a página” e o investimento na Mensajeros Urbanos é o primeiro passo. Contudo, ressaltou que é um momento complicado para a sociedade, que segue sofrendo com o novo coronavírus.

“Ainda há diversas pessoas infectadas ou falecendo pelo vírus. A pandemia ainda não acabou. Estamos atentos a isso e cuidamos da saúde das pessoas. Mas começamos a virar a página, fazer investimentos e conversar com empreendedores para trazê-los para esse ecossistema”, disse. “Na entrevista anterior para o Mobile Time, nós estávamos bem no começo da crise. A pandemia trouxe uma incerteza absurda (ao mercado), e eu assumindo como CEO no meio deste furacão. Na época, o nosso foco foi na saúde dos funcionários e em manter o nosso caixa (sadio) para proteger o emprego de nossos funcionários”.

“Passados os três meses, ainda temos incertezas e não podemos dizer que o Brasil saiu da pandemia. Estamos em um momento de recuperação. Mas, como empresa, nós tivemos momentos importantes”, disse. “Um caso é a PlayKids, que começa a crescer em games. Nós podemos acelerá-la, por exemplo. Ou seja, começamos a virar a página para voltar a pisar no acelerador,” completou.

Sobre investimentos e empresas que pretendem trazer para o ecossistema da Movile, o CEO reconheceu que há companhias no radar ainda para 2020, em especial nas verticais que atuam, como delivery e eventos. Mas também olham para verticais que estão começando a atuar, vide fintechs.