Mobile Time pediu para oito de seus colunistas responderem a duas perguntas sobre expectativas para 2024:

1) Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê?

2) Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

Veja abaixo o que cada um respondeu:

Rafael Pellon, advogado especializado em direito digital, sócio-fundador do Pellon de Lima Advogados e consultor jurídico do MEF

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê?

Não há como fugirmos da revolução que nos chega pelo uso de aplicações de inteligência artificial em 2024, extrapolando e melhorando o que já vimos em 2022 e 2023, conforme a capacidade de mais e mais robôs vai sendo liberada para o público em geral e trazendo infinitas possibilidades de uso. O grande desafio de 2024 será equilibrar o ritmo de evolução destas ferramentas com as preocupações que elas nos trazem.

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

Do mesmo modo, o uso de ferramentas de inteligência artificial em 2024 deve ser mais habitual e possivelmente mais preocupante do que em 2023, mas a maior preocupação não seria com os riscos que elas nos trazem, mas com reações exacerbadas de legisladores, políticos e grupos de pressão, ansiosos para tentar deter os piores efeitos do uso da tecnologia que nos chega, antes de examinar com cuidado e parcimônia seus benefícios e geração de frutos para a sociedade como um todo. Se há um consenso até agora na regulação de aplicações de inteligência artificial é que o acompanhamento é necessário, a proibição imediata geralmente é exagerada, mas o olhar atento deve ser mantido.

Esperemos que em 2024 a educação digital de legisladores e responsáveis pela regulação do tema seja vista como necessária, para que evitemos um prejuízo ao Brasil no desenvolvimento e liderança na indústria tecnológica, que tanto nos faz falta para a geração de riqueza ao país.

Flávia LefèvreFlávia Lefèvre, advogada especialista em telecomunicações, direitos do consumidor e digitais, e faz parte do Conselho Consultivo do NUPEF – Núcleo de Pesquisa, Estudos e Formação

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê?

Diante do cenário de forte concentração dos serviços prestados na Internet nas mãos de poucas empresas, sendo que a maioria delas estadunidenses, que dominam não apenas as principais e mais necessárias aplicações das quais nós como indivíduos e os governos são cada vez mais dependentes, a tendência crescente das reflexões a respeito da soberania de dados e digital me anima.

Acredito que será o aprofundamento das discussões sobre soberania e a consequente adoção de ações institucionais pelos governos no sentido de estabelecer e implementar mecanismos legais para maior incidência de natureza pública sobre dados, coletados vastamente e controlados sem nenhuma transparência pelas empresas dominantes, que levarão a um movimento no sentido de reduzir os efeitos deletérios das novas tecnologias.

Isto porque os mais respeitados estudos e pesquisas têm demonstrado de forma incontestável que os serviços prestados pela Internet têm sido explorados por meio de práticas comerciais desvinculadas do interesse público, sem as devidas preocupações éticas imprescindíveis, trazendo efeitos danosos para aspectos dos direitos fundamentais, com impactos psicológicos especialmente preocupantes para crianças e adolescentes e para as instituições democráticas dos países, esgarçando as instituições e os processos políticos dos países onde atuam.

Aprofundar os debates sobre soberania de dados e soberania digital deverá trazer mecanismos para o enfrentamento da concentração de serviços e dados nas mãos de poucas empresas, reduzindo a interferência das empresas dominantes, especialmente neste momento de crescimento da Inteligência Artificial.

Nesse sentido, também me anima a perspectiva de maior regulação estatal sobre a exploração de serviços na Internet, como é o caso do Digital Service Act e o Digital Markets Act aprovados na Comunidade Europeia e que vêm sendo utilizado como exemplo para outros países. E espero que aqui no Brasil consigamos avançar para a aprovação do PL 2630, feitos os devidos aperfeiçoamentos, de modo que possamos estabelecer obrigações mínimas de transparência para impedir mais prejuízos e retrocessos quanto a direitos básicos já conquistados com o Código do Consumidor e com o Marco Civil da Internet. 

Conferir efetividade às leis nacionais e maior governança sobre as atividades comerciais exploradas pelas empresas que atuam na Internet é também uma das vertentes pelas quais se deve exercer a soberania. 

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

O desenvolvimento da Inteligência Artificial na velocidade que vem apresentando me preocupa muitíssimo. Nesse sentido, vale lembrar da carta aberta assinada por mais de 1.300 signatários de peso reconhecido pela comunidade internacional em março de 2023, trazendo preocupações relevantes: “Os sistemas de IA com inteligência competitiva humana podem representar riscos profundos para a sociedade e a humanidade, conforme demonstrado por extensa pesquisa e reconhecido pelos principais laboratórios de IA. Conforme declarado nos amplamente endossados Princípios de IA de Asilomar, a IA avançada pode representar uma mudança profunda na história da vida na Terra e deve ser planejada e gerenciada com cuidados e recursos proporcionais. Infelizmente, esse nível de planejamento e gerenciamento não está acontecendo, embora os últimos meses tenham visto laboratórios de IA travados em uma corrida descontrolada para desenvolver e implantar mentes digitais cada vez mais poderosas que ninguém – nem mesmo seus criadores – pode entender, prever ou controlar de forma confiável”.

Ou seja, considerando que os mecanismos legais para a regulação e supervisão sobre esta potente tecnologia são ainda muito insipientes, o avanço da IA como vem acontecendo aprofundará de forma extrema as nossas vulnerabilidades, pela falta de controles legais sobre os potenciais efeitos danosos e as devidas garantias de responsabilização.

Breno Soutto, Head de Insights do Elife Group

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê? / Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

As tecnologias que não saem da minha mente (e de minhas plataformas de trabalho e pessoais) neste momento são as de IA generativa. O futuro de nosso trabalho passará obrigatoriamente por estas interfaces, que vão revolucionar a maneira como a gente trabalha em todos os âmbitos, do levantamento de informações à mensuração de resultados, passando obrigatoriamente por compra de mídia, criação de conteúdos, escolha de porta-vozes e influencers, atendimento ao cliente, personalização e segmentação de conteúdos, desenvolvimento de produtos e uma infinidade de outros aspectos.

Há, contudo, outro aspecto nesta tecnologia e nas oportunidades que ela traz: será necessário preparo. Precisaremos ter equipes capacitadas para lidar com funções e possibilidades, mas também com a linguagem de construção de prompts. Outro desafio – e, sobre este, eu tenho me debruçado em especial – está na adaptação de databases. Estamos acostumados a enriquecer informações com estruturas como assunto, sentimento e outros. São classificações úteis e que permitem cruzamentos e insights, mas que, com a capacidade de processar linguagem natural, ficam um pouco redundantes ou até atrapalham o processo. Tivemos exemplos disso processando dados de montadoras e vimos que o excesso de complexidade e de variáveis pode atrapalhar o processamento em vez de trazer respostas.

Não menos importante do que estes fatores para nosso dia a dia serão as questões éticas, de privacidade e de segurança de informação no trato de informações, mas este é um aspecto com o qual o nosso mercado já está acostumado a lidar.

Eu, pessoalmente, acho a tecnologia fantástica e com imensas possibilidades de aproveitamento em nosso cotidiano, mas o aproveitamento de seus resultados demandará algumas mudanças para as quais temos de estar preparados. Também é importante lembrar que a ferramenta não é a panaceia de nossos problemas corporativos. Ela tem limitações e necessita de amplo acompanhamento humano para correções de erros e para seu pleno aproveitamento. Ela certamente estará nos sonhos (e em alguns pesadelos) do universo profissional de 2024.

BoanergesBoanerges Freire, CEO da Boanerges & Cia Consultoria

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê? / Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

Me veio instantaneamente uma resposta única para as duas questões. A inteligência artificial responde muito bem às duas perspectivas, tanto em aspectos positivos quanto negativos. Ela não é tão revolucionária ou profunda quanto o fogo, mas vamos fazer uma analogia. 

O fogo foi a primeira grande tecnologia inventada pelo ser humano e teve alto impacto de transformação positiva em nossas vidas, mas também teve alto potencial de destruição, de impacto negativo. Isso nos lembra uma questão essencial: a tecnologia em si é neutra. Ela não é nem boa nem ruim. Mas pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. 

As notícias, as referências e os estudos que vemos a respeito de IA vão nessa direção: alto impacto, que atinge grande parte das atividades humanas, sejam produtivas, de ensino, de serviços em várias áreas, inclusive em finanças, e uma promessa de entrega inicial de resultados muito positivos. Mas ao mesmo tempo traz junto consigo um alto potencial de mau uso, de distorção, para fins indevidos, de malversação, de uso criminoso, de manipulação de informações e percepções.

Isso vai demandar um discernimento, uma capacidade muito grande de separar o joio do trigo. E isso não pode ficar nas mãos das pessoas individualmente, ou mesmo das empresas e das entidades empresariais, mas precisa de regulação adequada, que sempre vai buscar se aperfeiçoar, à medida que a realidade se apresente, e que em muitos momentos estará correndo atrás da criatividade, da inovação. 

Há grandes questões estruturais que a regulação pode e deve adotar. Por isso certos países e regiões, como a União Europeia, estão mais avançados nessa direção. Mas ainda estamos nos primeiros estágios de desenvolvimento e de busca por respostas adequadas que promovam um uso equilibrado e positivo da IA e que coíbam e evitem seu mau uso, seu potencial danoso para a sociedade. 

Rodrigo Ghedin, editor do Manual do Usuário

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê?

Soluções não comerciais para comunicação via internet. 

Coisas como o Mastodon e o protocolo que o move, o ActivityPub, não são novas, mas ganharam um impulso importante desde os primeiros rumores de que Elon Musk poderia comprar o Twitter, no início de 2022.

Sinto que, até pouco tempo atrás, protocolos abertos eram quase uma excentricidade. Hoje ainda são poucos que se aventuram nesse universo — o Mastodon, talvez o projeto de maior sucesso do tipo, tem ~2 milhões de usuários ativos —, mas ganhamos espaço no mainstream, uma barreira dificílima de transpor.

Seria ótimo se soluções do tipo — para redes sociais, mensageiros instantâneos e tantas outras aplicações — fossem dominantes, mas me darei por satisfeito se elas apenas se sustentarem como alternativas viáveis às comerciais.

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

O domínio da inteligência artificial no mundo do trabalho.

Arrisco dizer que, em 2024, o ritmo de inovação não será tão intenso quanto foi em 2023. Em vez disso, é provável que o novo ano seja de racionalização e “pé no chão”, de separar o que é realmente útil daquilo que é apenas curioso.

O “realmente útil” da minha previsão é o que me preocupa, porque o termo enseja uma questão vital: útil para quem?

Há mais de um século, novas tecnologias prometem futuros utópicos aos trabalhadores, de menos trabalho, mais lazer e a distribuição da riqueza excedente gerada pelas inovações. Na prática, até agora, essas promessas não se realizaram. Ao contrário: temos mais gente trabalhando mais do que antes e a riqueza ainda mais concentrada nas mãos de poucos. 

Nada indica que com a IA será diferente. De inédito, apenas o perfil de profissional afetado — talvez pela primeira vez, os trabalhadores intelectuais, criativos.

A ver como essas disputas serão travadas.

Fabi Saad, empreendedora e fundadora da plataforma Mulheres Positivas

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê? 

A tendência que mais me entusiasma é o uso CORRETO de Inteligência Artificial. Em 2023, no mês do combate ao câncer de mama, fechamos uma parceria para o aplicativo Mulheres Positivas que permitiu que nossas usuárias pudessem se beneficiar da tecnologia da Viziomed, empresa que usa a inteligência artificial para, a partir de análise de exames como a mamografia, apontar se a paciente pode vir a desenvolver câncer de mama. Uma das minhas metas é usar e abusar de IA para que as mulheres da nossa base possam ser beneficiadas através da tecnologia.

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

AI foi um dos pontos fortes do meu negócio em 23 e acredito ser uma grande tendência para 24, porém tenho grandes receios. Vou elencar alguns aqui:

A) CHATGPT em empresas: de acordo com uma pesquisa da SalesForce, 64% dos colaboradores que utilizam AI apresentam materiais gerados pela AI como seus durante a jornada de trabalho. Alguns dados que podem assustar: 55% dos colaboradores afirmam usar AI sem a autorização de seus superiores, 40% utilizou ferramentas proibidas e 7 de 10 afirmou nunca ter recebido um treinamento devido sobre como utilizar tais produtos. 

B) À medida que a AI evolui, os seres humanos se tornam obsoletos e a cada dia estamos mais perto do que profetizou Harari, afirmando que a desocupação dos seres humanos devido ao uso excessivo de AI seria um problema social gravíssimo onde a geração de riqueza se torna a cada dia mais escassa.

C) Crianças e adolescentes cada dia mais viciados em telas e jogos. Com IA, a máquina entende exatamente o que mais vicia e acaba entregando mais e mais conteúdos que escravizam crianças e adolescentes, prejudicando o crescimento e gerando um mar de jovens adultos deprimidos, ansiosos e violentos. 

D) A polarização cresce a cada dia mais, uma vez que os algoritmos entregam apenas o que você julga ser verdade. A Primavera Árabe foi o primeiro grande evento global em que o mundo digital influenciou claramente o movimento político. Mas o ano de 2024 será histórico, vejam esse gráfico abaixo, por favor.

Desde 1800 não havia um ano com tantas eleições, e o risco da IA afetar a sociedade civil gerando crises e revoltas é enorme. Talvez estejamos no nível mais elevado de tensão desde a guerra fria. A minha reflexão é como se comportar diante dessas bolhas digitais, onde o diferente é rechaçado, eliminando a possibilidade de debate. A internet nasceu na sua origem com o objetivo de propiciar o diálogo, o debate, e ironicamente hoje parece estar causando um fenômeno contrário. Me entristece perceber que esta enorme rede de manipulação destrói o funcionamento da democracia em sua essência, pois onde deveria existir um debate construtivo nascem discussões infinitas com violência e ódio. 

Os internautas das redes sociais acabam incentivando uma postura muito mais polarizadora, ofertando conteúdo que favoreçam suas opiniões e criticando ferozmente qualquer tipo de postagem que seja contrária àquilo que se acredita e que incentive uma reflexão. Por optarem apresentar apenas informações a partir do que agrada a cada usuário, as bolhas sociais são geradas. Como resultado, formam-se posições cada vez mais extremas, já que as redes sociais geram a impressão de que determinada visão é a única correta.

Paulo Henrique Ferreira, cofundador da Barões Digital Publishing e autor do livro “Brand Publishing e transição midiática”

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê?

O que mais me entusiasma são as tecnologias, os protocolos e a gestão de processos para tratamento de dados primários. Está madura finalmente a questão de as marcas trabalharem ativos de mídia proprietária, seja editorial, como brand publishing, seja banking, ou aplicativos transacionais, como e-commerce etc. 

As marcas vão precisar de políticas de tratamento de dados proprietários, seja zero party data, ou sobretudo first party data, que são dados anônimos mas ainda assim sensíveis e que precisam ser coletados de forma ética, em linha com  marcos regulatórios, como LGPD no Brasil, e em linha com a própria tendência técnico e cultural, a meu ver virtuosa, das plataformas de tecnologia para evitar captura de dados de terceiros, invasão de privacidade, escuta etc. 

Portanto, o que mais me entusiasma para 2024, de maneira pragmática, é o tratamento e a coleta de dados primários de forma legítima  e proprietária pelas organizações. Isso requer maturidade corporativa e tecnológica na organização de processos e responsabilidade midiática e social de trabalhar com dados legítimos.

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

Talvez eu esteja sendo clichê, mas é a inteligência artificial. Mas não no sentido da aplicação pragmática e real, o que vai ajudar muito nas operações pertinentes. A IA virou uma chave de produtividade que vai ser importante para a equação da economia, do trabalho e da sociedade no século 21. O que me preocupa é o hype irresponsável em torno dela. 

Antes houve o hype em torno do metaverso, e as organizações investiram mundos e fundos em algo totalmente sem fundamento. Isso sem contar os hypes menores, como Clubhouse e outras tecnologias que fizeram organizações e profissionais tomarem decisões erradas. O hype da IA pode custar empregos, investimentos errados, caminhos tortuosos com tecnologias não dominadas, o que impacta na qualidade de produção, e sobretudo na questão ética.

Vivemos em um mundo em que a autenticidade é fundamental. A IA para ser autêntica precisa partir de processos bem planejados e bem aplicados. O hype em torno da IA pode levar para mais um ciclo de decisões erradas, causando desperdício de tempo e recursos.

Homem branco de cabelo grisalho e olhos escuros, sorrindo, vestindo camiseta pretaMartin Henkel, CEO da SeniorLab e Cofundador do Terra da Longevidade Produtos 

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te entusiasma para 2024? Por quê?

Pelo meu foco no mercado de consumo 60+, sempre avalio os cenários considerando o olhar deste público. Diante disto, a tendência que mais me entusiasma em 2024 é a avanço da tecnologia assistiva. Ela vai facilitar o dia a dia do público sênior e poderá proporcionar uma maior autonomia e independência para essa população.

Algumas tecnologias assistivas incluem aplicativos para smartphones e tablets que ajudarão na interação social, locomoção, comunicação, controle de dispositivos domésticos e acesso a informações importantes com auxílio da IA. Sistemas de monitoramento remoto que permitirão que familiares, cuidadores e até serviços de acompanhamento médico possam monitorar a saúde e o bem-estar de idosos à distância. Essas tendências têm o potencial de melhorar a qualidade de vida dos idosos, tornando-os mais saudáveis, conectados e independentes.

Qual tendência do mundo da tecnologia mais te preocupa para 2024? Por quê?

Uma tendência tecnológica que me preocupa em 2024 é a explosão da desinformação e a evolução das fraudes que utilizam tecnologia de ponta e engenharia social cada vez mais sofisticada e elaborada sobre um público cada vez mais conectado.

É importante que idosos estejam conscientes dos riscos da desinformação e saibam como identificá-la. Eles também devem ser incentivados a buscar informações de fontes confiáveis, como órgãos governamentais, instituições de saúde e organizações de defesa do consumidor.

Além das já citadas, destaco o aumento da dependência de tecnologias digitais, que pode levar à exclusão social de seniores que não têm a sorte de terem acesso a interfaces pensadas e adequadas à sua realidade. E também o aumento do uso de tecnologias invasivas, como sistemas de monitoramento remoto, que podem violar a privacidade e a autonomia.

Crédito da ilustração no alto: imagem produzida por Fernando Paiva com IA generativa (Dall-E 3)