A Datora mostrou-se interessada em explorar a faixa de 700 MHz que foi abandonada pela Winity. A empresa foi uma das três participantes do leilão do espectro durante o certame de 2021. A Winity levou por R$ 1,4 bilhão. Em segundo lugar ficou a NK 108 (associada à Highline), cuja oferta foi de R$ 333,33 milhões e a VDF (associada à Datora) fez o lance de R$ 318 milhões.

A empresa acredita que a faixa de 700 MHz é a melhor delas para a sua estratégia de conectividade e, depois da decisão da Anatel de oferecer para as próximas da fila, vai considerar aceitar a oferta, caso seja possível.

“Após mais de dois anos, a Datora segue interessada no que entendemos ser a melhor frequência para o objetivo de conectar todos os brasileiros bem como todas as coisas. Assim que vimos a decisão da Anatel, voltamos a reavaliar o negócio”, disse a empresa em comunicado enviado para Mobile Time nesta sexta-feira, 9.

Na última quinta-feira, 8, a Anatel oficializou o pedido de renúncia da Winity pelo uso da faixa de 700 MHz. Na decisão, a agência também informou que vai oferecer o espectro para as participantes do certame, de acordo com a ordem de lance. No entanto, a decisão ainda precisa de autorização do Tribunal de Contas da União (TCU).

Caso não haja interesse por ambas as partes ou não seja possível o uso da frequência pelas duas empresas, a Anatel promoverá um novo leilão.

Em paralelo

Enquanto o processo ainda está incerto, a Anatel vai oferecer a faixa para uso secundário. Neste caso, a prioridade será para as Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs) com licença de operação móvel. E, por 120 dias, as empresas que participaram do leilão da faixa de 3,5 GHz terão prioridade, ou seja, Brisanet, iez!, Ligga e Unifique.

Só após esse rito as grandes operadoras poderiam pleitear o uso secundário do espectro de 700 MHz.

Compromissos

Caso Highline ou Datora fiquem com o direito de uso da faixa, elas receberão novos prazos para cumprir com as obrigações. Segundo Carlos Baigorri, presidente da Anatel, o tempo de exploração da faixa seria o mesmo, 20 anos com possibilidade de renovação para mais 20 anos, a contar a partir da assinatura do novo compromisso.

O compromisso estipulado para a faixa é a oferta de 4G em 625 localidades não sedes de municípios e conectar 2.349 trechos de rodovias, ou 35.784 Km. De acordo com o cronograma imposto pelo leilão de 5G, a operadora deveria avançar o LTE em 40% das cidades e 10% (119) dos trechos de rodovia até 31 de dezembro de 2023. Nada foi feito pela Winity devido à briga judicial travada com a Anatel por conta de um acordo com a Vivo para aluguel da rede/espectro. Porém, a parceria entre as empresas recebeu uma série de condicionantes, de modo que a Winity considerou o modelo de exploração da faixa inviável.

Caberá à nova operadora que tomar para si o uso da frequência cumprir com essas obrigações.