A receita de Internet das Coisas (IoT) na América Latina, em 2020, foi de US$ 3,3 bilhões. Mesmo com a crise do novo coronavírus (Sars-Cov-2), Renato Pasquini, CEO da Frost & Sullivan, explicou que o setor registrou um aumento de um dígito e que deve voltar ao ritmo de crescimento de dois dígitos a partir de 2021. As informações são de um estudo da Frost & Sullivan apresentado nesta sexta-feira, 9, durante o IoT Day, evento organizado pela Abinc.

De acordo com Pasquini, a parte de hardware deve dominar grande parte do faturamento do segmento até 2025. Mas o especialista cita um crescimento exponencial também em conectividade: “A conectividade tende a crescer. A expectativa é de que baixem os preços médios por device, mas haverá uma explosão por dispositivo na base”.

Dito isso, a empresa de análise de mercado espera uma média de aumento anual de 30% na receita do IoT latino-americano até 2025, alcançando um total de US$ 12 bilhões.

Em cada etapa do estudo, a companhia analisou públicos diferentes com metodologias distintas. Neste trecho, o estudo foi feito por meio de entrevistas com fornecedores de hardware, software, serviços e conectividade, entre 2020 e 2021.

Dispositivos

Frost & Sullivan

Sobre a quantidade de dispositivos conectados, a expectativa da Frost & Sullivan é de que dobre de 400 milhões para 800 milhões, entre 2020 e 2024. O Brasil terá a maior fatia desses equipamentos. Segundo Pasquini, o IoT industrial e empresarial será superior ao doméstico.

O CEO da Frost & Sullivan explicou que os dados da análise contemplam o cenário com a Covid-19. Lembra ainda que a entrada da doença reduziu a expectativa na região, que era de 1 bilhão de dispositivos conectados aproximadamente.

Um outro trecho do estudo foi feito com fornecedores de hardware, principalmente, acompanhando os envios anuais, além de analisar também a base acumulada de conexões, seja de M2M móvel, LPWAN, e outras tecnologias associadas à IoT, seja com bases de dados, reguladores, ou diretamente com as operadoras.

Segurança

Frost & Sullivan

Renato Pasquini, CEO da Frost & Sullivan no Brasil

“A Internet das Coisas se tornou um elemento crítico dos negócios. Quem não tiver essa plataforma não vai conseguir competir no cenário econômico”, prevê o executivo da Frost & Sullivan.

De acordo com a análise, o risco com a segurança é a principal preocupação para 43% dos gestores de tecnologia latino-americanos em Internet das Coisas (IoT), seguido por 32% que apontam o custo de conectividade e 31%, que dizem que é o gerenciamento da proteção e privacidade dos dados.

Dos principais vetores de investimento, os executivos citaram a melhoria do serviço ao consumidor (31%), a automatização de processos que hoje são manuais (30%) e a redução de custos operacionais (28%).

Na última parte da análise, a Frost & Sullivan ouviu 176 decisores de tecnologia de diferentes setores na América Latina em 2020 (em um cenário pós Covid-19), a maior parte no Brasil.