O Match Group entrou com um processo contra o Google na Corte da Califórnia nesta segunda-feira, 9. A empresa de relacionamento entre pessoas por meio de marcas como Tinder, Match e OkCupid, acusou o Google de práticas anticompetitivas na distribuição de apps e pagamentos in-app via Google Play que entram em vigor no dia 1 de junho deste ano.

“Dez anos atrás, o Match Group era parceiro do Google. Agora somos reféns”, diz trecho do processo. “O Google ilegalmente monopolizou o mercado para a distribuição de aplicativos em dispositivos Android com a sua loja Google Play – a tornando a única opção viável para desenvolvedores de aplicativos alcançarem usuários Android”, conclui, ao lembrar que o marketplace possui 90% dos downloads Android no mundo.

Em sua argumentação, a controladora do Tinder afirma que o Google Play Billing – o produto de processamento de pagamento do Google que opera separado do Android – será usado para cobrar preços “supracompetitivos” e “monetizar com dados pessoais de bilhões de usuários” com a empresa do Android atuando como “intermediário” das transações entre usuários e Match Group.

“Agora, o Google planeja eliminar a escolha de serviços de pagamentos e aumentar os preços aos consumidores, ao ampliar o domínio no mercado separado processamento de pagamento in-app (IAP) no Android”, completa em outro trecho do documento.

A controladora do Tinder também critica o revenue share de até 15% em assinaturas e 30% em compras in-app, algo que consideram um “imposto extorsivo”, pois outros processadores de pagamento cobram dez vezes menos por essa operação.

Na visão da empresa, além de ferir a lei californiana, a política do Google de pagamentos in-app danifica a saúde financeira do Match Group; e lembra que se não aceitar as novas medidas até o começo de janeiro será expulsa do ecossistema da Google Play, como ocorreu como o Fortnite da Epic Games.

Vale lembrar, a disputa entre desenvolvedores de apps e os dois principais ecossistema de distribuição (Apple e Google) tem sido tema na Justiça e em reguladores ao redor do mundo. Além da disputa com Epic Games, a embates com reguladores em regiões como Coreia do Sul, Reino Unido, União Europeia e Estados Unidos.