A maioria dos visualizadores de realidade aumentada móvel são estrangeiros, como Layar e metaio. Agora, nasceu um brasileiro: trata-se do Paprika, desenvolvido pela Eyllo, start-up incubada na Phoenix, incubadora da UERJ. Seu fundador, Enylton Machado, é um estudioso de longa data do assunto: fez doutorado sobre realidade aumentada nos EUA e trabalha com o tema desde os tempos de estágio na Marinha norte-americana, em 2000, quando a tecnologia se restringia a fins militares e industriais em países desenvolvidos.

Uma versão alfa do Paprika está disponível gratuitamente para smartphones Android no Google Play. O app apresenta sobre a imagem captada na câmera mensagens e páginas georreferenciadas publicadas em redes sociais, como Twitter, Facebook e Foursquare. Cada rede social constitui um "cenário", que pode ser trocado pelo usuário a qualquer momento. Foi incluído também como cenário informações da prefeitura do Rio de Janeiro.

Com recursos do CNPq financiando suas pesquisas, a empresa não tem, por enquanto, pressa para rentabilizar seu negócio, o que pode acontecer mais tarde através da exploração de publicidade. Nessa primeira etapa, o objetivo é colher o feedback dos usuários e estudar seu comportamento de uso da ferramenta. Uma das apostas é incentivar a utilização em grandes festivais e eventos, nos quais a realidade aumentada pode servir para guiar as pessoas pelo ambiente. "Um grande festival de música é um lugar novo para os visitantes, que precisam se localizar. Em parceria com organizadores de um evento poderíamos indicar onde fica o bar mais próximo, ou o banheiro que esteja com a menor fila", exemplifica Machado. A empresa está à procura de eventos que possam se interessar em testar a ideia.

Uma versão para iOS está em fase final de desenvolvimento e deve ser lançada nas próximas semanas. E até o fim do ano a Eyllo planeja desenvolver uma versão beta do Paprika a partir da experiência analisada nesses primeiros meses.