pagamentos instantâneos

O auxílio emergencial do Governo Federal para apoiar a população que sofre com os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV 2) movimentou R$ 3,6 bilhões em meios de pagamento digital no segundo trimestre de 2021. Segundo Pedro Coutinho, presidente da Abecs, o resultado é bem menor em comparação ao ano anterior. De acordo com relatório apresentado pela associação nesta segunda-feira, 9, o acumulado da movimentação com Auxílio Emergencial no primeiro semestre soma R$ 4,5 bilhões.

“O auxílio emergencial tem pouca representatividade no total. Teve muita importância (em 2020). Para nós (indústria de pagamentos), o auxílio é importante para a economia. Nós vemos um percentual grande da população sem emprego, alguns deles procurando emprego”, afirmou. “O auxílio ajuda de forma substancial na economia. No segundo semestre de 2020 chegamos a ter R$ 50 bilhões em um mês impactando a indústria de pagamento. Neste semestre agora, estamos falando de R$ 4,5 bilhões no acumulado”, explicou.

Contudo, o executivo disse que a proposta do governo de estender o auxílio emergencial ajudará a economia nacional em sua recuperação, assim como o avanço da digitalização por meio de pagamentos eletrônicos.

Compras não presentes

Sobre a digitalização da economia, Coutinho citou os pagamentos não presentes, ou seja, transações remotas como compras em e-commerce. No segundo trimestre de 2021, esse tipo de operação registrou R$ 135 bilhões, alta de 46,5% ante R$ 92,2 bilhões do mesmo período no ano passado. Por tipo de cartão, o crédito respondeu por R$ 129,5 bilhões; débito, por R$ 4,2 bilhões; e pré-pago, R$ 1,4 bilhão. No acumulado do primeiro semestre do ano, o crescimento foi de 41%, de R$ 180 bilhões para R$ 255 bilhões. Na ordem, crédito representa a maior fatia (R$ 246 bilhões), seguido por débito (R$ 6,6 bilhões) e pré-pago (R$ 2,5 bilhões).

Projeções

A expectativa da indústria de pagamentos para o ano completo de 2021 é de um aumento de 24,5%, passando de R$ 2 trilhões para R$ 2,5 trilhões. Segundo o presidente da Abecs isso acontecerá por causa da antecipação do calendário de vacinação e gradativa reabertura da economia. Por outro lado, Coutinho vê desafios como a alta dos preços e da inflação, taxa de desemprego e perda de renda das famílias.

Questionado sobre a preocupação com a alta dos casos da Covid-19 devido a variante Delta, o executivo respondeu: “No Brasil, nós temos o costume de vacinação, somos heavy user de vacina. Temos alguns estados com 60% dos adultos vacinados (SP, percentual com primeira dose, segundo G1). Se tiver vacinação, eu não acredito em terceira onda, como tivemos no começo do ano”, afirmou.