Uma das prioridades da SAP no mundo hoje é a migração de grandes clientes para suas soluções na nuvem. E o mobile é um dos fatores que ajudam nesse processo. Várias grandes empresas utilizam versões antigas do ERP da SAP instaladas em servidores próprios (on-premise) e que ainda não oferecem interface móvel, limitando o acesso às telas de computadores.

“Mobilidade é essencial para a alta gerência e diretoria. Ninguém mais consegue imaginar ter uma solução em uma organização sem interface no celular”, comenta Cristina Palmaka, presidente da SAP para a América Latina e Caribe, em conversa com jornalistas nesta sexta-feira, 9, durante o evento SAP Sapphire, em São Paulo. A executiva citou como exemplo o caso de um CEO que queria ser “mais produtivo” e, ao explicar melhor, ficou claro que o problema era a falta de versão móvel das soluções corporativas que sua empresa usava.

Migração

A SAP tem cerca de 50 mil clientes na América Latina, sendo 20 mil no Brasil. A fornecedora de software não revela a proporção que já migrou para a nuvem, mas informa que a região é uma das mais aceleradas nesse processo no mundo. 

“A migração para a nuvem é o nosso grande foco agora. Mas ninguém está migrando porque estamos forçando. Queremos que façam na hora adequada, não por necessidade técnica”, explica a executiva. Ela lembra que algumas versões legadas instaladas em servidores de clientes são bastante antigas e passaram por muitas customizações ao longo do tempo. “É como comparar um celular ‘tijolinho’ de antigamente com um smartphone atual. O antigo até funciona, mas não tem WhatsApp, não pode pedir comida no iFood etc”, exemplifica.

No processo de migração, algumas empresas optam por trocar o sistema todo de uma vez, o que é chamado de “big bang”, enquanto outras o fazem em etapas. A estratégia varia de acordo com a necessidade e as possibilidades de cada cliente, ressalta a presidente da SAP para a América Latina e Caribe.

Uma das maiores migrações de ERP para a nuvem já feitas no mundo foi a da Petrobras em sua cadeia de suprimentos. O projeto foi iniciado em julho de 2020, em plena pandemia, e levou 22 meses até ser concluído em agosto deste ano. Na versão na nuvem, apenas 12% das funcionalidades foram customizadas.