Em 2022, 68,9 milhões dos 75,3 milhões de domicílios do Brasil – ou seja, 91,5% – tinham Internet. De acordo com o Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação da PNAD Contínua, feita pelo IBGE sobre acesso à web e à televisão nos domicílios brasileiros, trata-se de um crescimento de 1,5 ponto percentual na comparação com 2021. As zonas rurais tiveram uma expansão mais rápida, havendo um redução da diferença se comparada com as áreas urbanas, caindo de 40 pontos percentuais, em 2016, para 15,4 p.p. no ano passado. Pela primeira vez, o estudo avaliou o uso de dispositivos inteligentes nas casas brasileiras. Do total de domicílios com Internet, 14,3% deles, ou 9,9 milhões, possuíam algum tipo de dispositivo inteligente conectado à Internet. Entre eles estão câmeras, lâmpadas, ar-condicionado, caixas de som, geladeiras etc. Esta é a primeira vez que a PNAD Contínua pergunta sobre dispositivos inteligentes.

Neste caso, a renda mensal real per capita nos domicílios com algum dispositivo inteligente (R$ 3.116) foi mais do que o dobro dos domicílios sem esse tipo de dispositivo (R$ 1.532).

Vale reforçar que 6,4 milhões de domicílios não possuíam acesso à Internet em 2022.

A pesquisa abrangeu o acesso à Internet e à televisão, mas também telefone, microcomputador, tablet e rádio, nos domicílios particulares permanentes; e o acesso à Internet e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal junto às pessoas de 10 anos ou mais de idade.

Entre os equipamentos para acessar a Internet, o celular é usado por 99% da população. Em seguida está a televisão (47,5%), microcomputador (35,5%) e tablet (7,6%).

A PNAD detectou uma redução do uso do computador e um aumento dos tablets. A proporção de domicílios com computador teve ligeira queda de 0,5 p.p., de 40,7% para 40,2%. E a proporção de domicílios com tablet foi de 9,9% em 2021 para 10,7% no ano passado.

Celulares

A renda média real per capita domiciliar da parcela de domicílios sem telefone ficou muito abaixo daquela nos domicílios que possuíam telefone. Em 2022, o rendimento médio nos domicílios que não tinham telefone (R$ 841) representou 48,7% do rendimento nos que tinham telefone. Nos domicílios em que havia o fixo convencional o rendimento médio foi de R$ 2.951, enquanto naqueles com telefone móvel celular a renda média foi de R$ 1.727.

Entre os domicílios com telefone celular, a pesquisa detectou um aumento de 96,3% para 96,6% entre 2021 e 2022.

A área rural tem menos celulares na comparação com a área urbana, 90,8% frente a 97,4%, respectivamente.

Entre 2021 e 2022, o percentual de domicílios que usavam banda larga móvel subiu de 79,2% para 81,2%.

A região do Nordeste registrou o menor percentual de domicílios com banda larga móvel, 65,3%, enquanto Sul e Sudeste tiveram as maiores taxas (88,7%).

O percentual de domicílios em que havia conexão por banda larga fixa e móvel subiu de 48,8% para 67,8%, enquanto o percentual dos domicílios em que era utilizada somente a conexão por banda larga móvel caiu de 27,1 % para 12,7%.

Streaming

31,1 milhões de domicílios brasileiros com televisão possuíam serviço pago de streaming de vídeo em 2022, ou 43,4% desse tipo de residência. Porém, 4,7% dos domicílios com acesso pago a streaming de vídeo não tinham TV aberta ou por assinatura, o que significa que não houve substituição do serviço de TV aberta pelas aplicações de streaming. Sul e Centro-Oeste (ambos com 50,3%) e Sudeste (48,1%) são as regiões com maior percentual entre as grandes regiões do País. As regiões Norte (37,6%) e Nordeste (30,9%) apresentaram os percentuais mais baixos.